quinta-feira, 31 de julho de 2014

UMA LEMBRANÇA

 
 
Programa vai identificar doenças no RS

RICARDO AMORIM
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Ministério da Saúde vai implantar no Rio Grande do Sul, a partir de segunda-feira, o Projeto de Vigilância à Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos.
A informação é do diretor da Divisão de Meio Ambiente e Ecologia Humana, Alfredo Benatto.
O projeto já funciona em cinco Estados: Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia.
Até 97, além do Rio Grande do Sul, o programa será implantado em Santa Catarina, Distrito Federal, Espírito Santo, Pernambuco, Ceará e Mato Grosso.
O programa consiste no acompanhamento das populações para a identificação das doenças relacionadas ao uso de agrotóxicos.
Além disso, Benatto informou que um grupo de técnicos do ministério e da Unicamp vai se juntar a pesquisadores do Gipas (Grupo Interdisciplinar de Pesquisa e Ação em Agricultura e Saúde) para estudar o caso de Venâncio Aires.
Esse município gaúcho registrou índice de 37,22 casos de suicídios por 100 mil habitantes em 95, um dos mais elevados do mundo.
Segundo Benatto, não há na literatura médica relação entre o uso de agrotóxicos e o suicídio.
"Mas não podemos negar que os produtos contêm substâncias depressoras do sistema nervoso central", afirmou.
Quanto à classificação do Tamaron, que saiu da categoria de extremamente tóxico para a de altamente tóxico (mais branda), Benatto disse que as regras são definidas, em nível mundial, pela OMS (Organização Mundial de Saúde).

quarta-feira, 30 de julho de 2014

DIAGNÓSTICO PRELIMINAR DAS CONDIÇÕES SÓCIO-AMBIENTAIS E DE SAÚDE DOS AGRICULTORES PRODUTORES DE TABACO



com a Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento - SEAB, através da RESOLUÇÃO CONJUNTA SESA/SEAB Nº 002/2011, instituindo um Grupo de Trabalho para elaborar o Plano Estratégico para a Reconversão e Diversificação da Produção da Agropecuária em Propriedades que cultivam Tabaco no Estado do Paraná, que estabeleceu as seguintes diretrizes: 


1. Buscar alternativas econômicas à substituição da cultura do tabaco;
2. Dispor modelos de produção e linhas de financiamento;
3. Garantir a assistência técnica e extensão rural;
4. Ampliar a comercialização priorizando os mercados institucionais;
5. Estabelecer ações de promoção à saúde;
6. Educação Sanitária;
7. Regularização fundiária.

Dentro deste contexto, definiram-se as principais ações para atuação do setor saúde no plano:

1.  Atuar de forma articulada e integrada (Atenção Primária e Vigilância em Saúde);
2. Capacitar as equipes técnicas locais e municipais para o diagnóstico, tratamento, notificação e investigação de casos de intoxicações por agrotóxicos;
3. Elaborar diagnóstico sobre as condições de saúde, trabalho e exposição aos agrotóxicos no cultivo do tabaco;
4. Identificar os riscos a saúde relacionados às atividades agrícolas e propor medidas de controle e prevenção;
5. Identificar, avaliar e monitorar as formas de abastecimento de água utilizadas para consumo humano e outros riscos ambientais;
6. Intensificar as ações de Educação em Saúde fortalecendo as ações de prevenção e promoção da saúde;
7. Identificar, avaliar e monitorar as formas de armazenamento de agrotóxicos e destino de embalagens vazias; 
8. Avaliar a Rede de Atenção à Saúde estabelecida e sua capacidade de resolução no atendimento à saúde dos agricultores familiares (Zona Rural). 

As informações obtidas sobre a situação de saúde e as condições sócio-ambientais dos agricultores produtores de fumo na região pesquisada, desencadearam a proposição de recomendações para o desenvolvimento de ações voltadas à gestão e ao controle social, à atenção primária, à vigilância em
saúde e à educação em saúde, assim definidas:

  • Divulgação ampla dos resultados obtidos no inquérito epidemiológico junto aos agricultores produtores de tabaco e a sociedade em geral;
  • Ampliação das parcerias com instituições públicas e organizações não governamentais para implementar ações de educação em saúde, estimular a organização dos agricultores e implementar a assistência técnica;
  • Capacitação dos técnicos das secretarias municipais de saúde com relação à implementação e atualização do Sistema de Informação da Atenção Básica - SIAB e E-SUS, considerando a Classificação Brasileira de Ocupações - CBO;
  • Capacitação de técnicos das secretarias municipais de saúde, em especial a equipe multidisciplinar da Estratégia de Família - ESF, com relação à avaliação, diagnóstico, manejo clínico, notificação e investigação das intoxicações agudas e crônicas por agrotóxicos e intoxicações por nicotina (doença da folha verde do fumo);
  • Elaboração de formulário investigativo direcionado aos Agentes Comunitários de Saúde - ACS para reconhecimento da exposição aos agrotóxicos, sinais e sintomas das intoxicações;
  • Melhoria do acesso dos fumicultores aos serviços de saúde, com a garantia de atendimento clínico e realização de exames para diagnóstico/confirmação das intoxicações por agrotóxicos e intoxicações
  • por nicotina (doença da folha verde do fumo);
  • Implementar ações visando à melhoria da qualidade da água para consumo humano;
  • Implementar ações para a melhoria das condições de armazenamento de agrotóxicos nas propriedades rurais e de recolhimento de embalagens vazias de agrotóxicos;
  • Elaboração de material educativo para subsidiar as equipes de saúde nas ações de educação em saúde;
  • Promover continua articulação inter-setorial no âmbito da atenção integral da saúde.
Leia o relatório na íntegra na página da Secretaria de Estado da Saúde do Paraná.

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Brasileiro esquece tudo a cada 4 dias, e anotações são sua memória

Deu no UOL

Wagner Carvalho
Do UOL, em Bauru 17/07/201406h00

O problema de memória começou a ser notado por familiares em 2004 quando, ao voltar do trabalho, Sanches disse não se lembrar de ter passado por algum lugar ou ter realizado certas tarefas. A mulher dele, Sueli da Silva Costa Sanches, 54, conta que o fato determinante para que o marido procurasse um médico veio no dia em que ele se esqueceu de um amigo de infância.
"Nesse dia me assustei, não conseguia acreditar que ele não se lembrava desse amigo, apesar da minha insistência, levei-o até a casa da pessoa, mas mesmo assim ele não se lembrou, entrei em pânico", narra.
Sanches passou por consulta com um médico da cidade de Lins e foi diagnosticado com Alzheimer. O inconformismo da família com o diagnóstico, fez com que o homem fosse levado até o Ceatox (Centro de Assistência Toxicológica) da Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Botucatu (SP). Isso porque, além do esquecimento, o aposentado apresentava claros sintomas de intoxicação, como vermelhidão e coceira pelo corpo, perda de apetite, insônia, nervosismo e depressão.

Os resultados dos exames no Ceatox apontaram, além de intoxicação por exposição excessiva a organofosforado, substância encontrada em inseticidas, uma lesão no lóbulo temporal direito do cérebro. Com o diagnóstico, Sanches foi afastado da função que exercia de agente de controle de pragas no Centro de Controle de Vetores da Prefeitura de Lins.
O aposentado conta que ele fazia o manejo e a aplicação de inseticidas, mas que não eram disponibilizados EPIs (equipamentos de proteção individual). "A gente aplicava o mata-mato [proibida para a venda atualmente] sem qualquer proteção com a roupa do corpo. Ganhamos uma botina depois, mas por muito tempo [fazíamos o serviço] com calçado que vinha de casa", conta. Todas essas informações ele traz em suas agendas.

"Paciente com episódios de ausência, prejuízo de memória retrógrada (não recorda nada que ocorreu além de 7 dias atrás), apresentando rastreio toxicológico do Ceatox com possível intoxicação por organofosforados (trabalhou com controle de pragas, usando inseticida). Tem relato de lembrar-se ocasionalmente de pai e mãe."

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