quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Paraná produz 140 mil toneladas de produtos orgânicos por ano

27/11/2014 14h41 - Atualizado em 27/11/2014 14h48

Deu no G1

Apenas setor de hortaliças orgânicas cresce entre 20% e 30% no estado.Curitiba tem 13 feiras que vendem destes produtos; confira.

 A produção anual de alimentos orgânicos no Paraná é de 140 mil toneladas. É o terceiro estado do país com maior produção, de acordo com o Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater). Apenas o setor de hortaliças orgânicas, cresce anualmente de 20% a 30%. Mais de 80% de toda esta produção vem de pequenas propriedades - atualmente, são sete mil agricultores familiares no estado.

Para ser considerado orgânico, o produto tem que ser produzido em um ambiente com processo produtivo embasados em princípios agroecológicos, que contemplam o uso responsável do solo, da água, do ar e dos demais recursos naturais, respeitando as relações sociais e culturais. Por outro lado, os produtos que não são orgânicos são cultivados a base de agrotóxicos. Alguns alimentos, frequentes na alimentação diária dos brasileiros, lideram a lista dos que mais recebem adição química: pimentão, alface, cenoura, pepino, morango, tomate e mamão.

Confira em: http://glo.bo/1vRDKex

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Rastreabilidade de alimentos é coisa rara no país

Aniele Nascimento/Gazeta do Povo / Produto rastreado traz todas as informações sobre a sua origem, do processamento à distribuição: respeito ao cliente. 



Publicado em 12/11/2014 |

Produto rastreado traz todas as informações sobre a sua origem, do processamento à distribuição: respeito ao cliente.



Consumidor tem dificuldades para identificar a origem de metade dos produtos, segundo pesquisa do Idec. Verificação não é obrigatória no país

Quais são os critérios mais importantes na hora de optar entre um alimento ou outro? O sabor, o preço ou a marca são, geralmente, os mais citados. Mas aqueles que priorizam itens como segurança e sustentabilidade encontram muitas dificuldades para saber quem produziu e quais foram os caminhos do alimento até chegar às prateleiras. A verificação da origem do produto é feita por meio de rótulos ou etiquetas com códigos para verificação pela internet ou QR Code. Porém, muitos destes sistemas apresentam falhas na apresentação dos dados ou informações incompletas.
Além disso, são poucos os produtos que contêm informações para rastreabilidade. Pesquisa do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) revelou que alimentos orgânicos e industrializados oferecem o maior número de dados, enquanto produtos vendidos a granel têm poucas informações. O fato de a verificação ainda não ser obrigatória no país agrava a situação.
Empresa inova e cria sistema de rastreamento
Uma empresa catarinense enxergou na rastreabilidade de produtos uma oportunidade e desde 2005 investe nesta área. A PariPassu criou um sistema de registro de informações sobre mercadorias que atende empresas de todo o Brasil. Há dois anos, a Ceasa do Paraná adotou o sistema e hoje todos os produtos comercializados no local são rastreados.
Todos os envolvidos no processo de fabricação e comercialização do alimento estão incluídos na compilação dos dados. Os produtores registram as informações sobre o produto e seus compradores em um sistema eletrônico que cria um código identificador. Na sequência, os responsáveis pelo transporte e distribuição também inserem os dados referentes à mercadoria, a partir do seu código. Assim, o alimento chega ao comércio etiquetado para consulta do cliente.
Esse registro, ao ser colocado no site da empresa, vai detalhar todos os caminhos percorridos e nomes dos responsáveis pela produção do alimento. Em alimentos sem embalagem, o cliente pode utilizar o QR Code para obter essas informações pelo celular. “É um processo de colaboração que facilita o acesso à informação e gera transparência. Além disso, atinge todos os elos da cadeia de abastecimento”, afirma o diretor da empresa Giampaolo Buso.
Segundo ele, apesar de ser um mercado pouco explorado, a tendência é que a rastreabilidade seja ainda mais discutida e ampliada ao longo do tempo. “Estamos em um processo de consciência que está amadurecendo e cada vez mais a sociedade vai evoluir e exigir informações sobre os produtos que está comprando”, afirma.
Levantamento
Produtos a granel têm número baixíssimo de informações

O Instituto de defesa do Consumidor (Idec) realizou uma pesquisa com cerca de dez itens em seis redes de supermercados de São Paulo e em seus sites, e verificou que a rastreabilidade ainda é falha para a maioria dos alimentos, especialmente para os produtos que não são embalados. De todos os itens pesquisados, os orgânicos possuíam 56,5% dos produtos rastreados; os convencionais, 28,7%; e os a granel, apenas 0,06%. Entre os embalados, somente 42,6% dos produtos continham informações. A pesquisa também identificou falhas nos sites de rastreabilidade e nos códigos de verificação dos produtos.

Na íntegra

Para conferir a pesquisa, basta acessar o link: http://bitly.com/1xql8j7

O diretor-presidente da Ceasa-PR, Luis Damásio Gusi, afirma que a rastreabilidade completa está muito além das informações presentes no rótulo. “O cliente tem que ter a possibilidade de verificar tudo, desde a origem até a distribuição e a comercialização”, explica.
O coordenador do projeto Fábrica do Agricultor da Emater, João Nishi de Souza, afirma que a rastreabilidade só é 100% confiável se houver uma certificação auditada que confirme as boas práticas de produção do alimento. Ela evitaria, por exemplo, que produtos fossem comercializados como orgânicos sem atender às características desse tipo de alimento.

Fiscalização

As dificuldades para a obtenção de informações sobre os alimentos também afetam a fiscalização. A Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) realiza a certificação fitossanitária, que verifica a produção de alimentos de origem vegetal. A fiscalização fica restrita ao momento da produção, mas, segundo o gerente de sanidade vegetal do órgão,
Mariclio Martins Araújo, o cenário poderia ser diferente. “Se pudéssemos rastrear um produtor que vendeu um alimento em más condições, ele poderia ser responsabilizado”, diz. A pesquisadora do Idec Renata Amaral afirma que a mesma dificuldade ocorre na análise de resíduos de agrotóxicos da Anvisa. “Com a falta de rastreabilidade, não se consegue chegar na origem.”
Souza diz que a rastreabilidade é obrigatória em outros países, mas no Brasil ainda enfrenta dificuldades. “Os mercados caminham de acordo com a exigência do cliente, mas as pessoas compram muito por preço e pouco exigem essas informações. Faltam políticas públicas nesse sentido.”
Segundo ele, no país ainda se discute o problema da fome e o debate sobre a rastreabilidade fica restrito às classes mais elevadas.

Portaria da Sesa vai regularizar rotulagem de frutas e verduras

A rastreabilidade é um problema que ainda está longe de ser resolvido, mas algumas iniciativas vêm sendo realizadas para tentar resolver o problema. A Secretaria de Saúde do Paraná deve publicar em dezembro desse ano uma resolução que regularizará a rotulagem de frutas, verduras e legumes. Todos os rótulos deverão conter informações básicas sobre o produtor, as cadeias intermediárias e unidades de consolidação (que envolvem a distribuição), e o produto, como a identificação do lote, data e hora da colheita, validade, peso líquido e formas de conservação.
Para os produtos a granel, a identificação dos alimentos e produtores responsáveis deve estar na gôndola do alimento de modo visível. A regularização dos rótulos deve acontecer gradualmente em até 540 dias. “A resolução dá ao cliente o direito de saber informações sobre o produto que compra e aumenta a preocupação dos produtores para a fabricação de um produto de melhor qualidade”, afirma o chefe estadual da Vigilância Sanitária, Paulo Santana.
A Sesa também participa, em conjunto com Ministério Público, Ceasa-PR, e Associação Paranaense de Supermercados (Apras), de um grupo de trabalho para promover políticas públicas de prevenção e controle do uso de agrotóxicos em alimentos de origem vegetal.
Em alguns supermercados foi implantado o Programa de Rastreabilidade e Monitoramento de Alimentos (Rama), que realiza a análise de resíduos em produtos in natura e identifica os responsáveis por problemas causados por agrotóxicos.


terça-feira, 4 de novembro de 2014

Oregon e Colorado votam lei de rótulos para transgênicos nesta semana

Empresas de alimentos e de sementes afirmam que as regras impostas na proposta do Estado custarão milhões de dólares para ser implementadas

Por Estadão Conteúdo
 
milho_espiga (Foto: Ernesto de Souza/ Editora Globo)
Os alimentos geneticamente modificados mais comuns 
são milho, soja e beterraba (Foto: Ernesto de Souza/ 
Editora Globo)

Os Estados de Oregon e Colorado, nos Estados Unidos, farão plebiscitos nesta semana sobre leis de rótulos especiais alertando para a existência de ingredientes geneticamente modificados em alimentos. Neste ano, foram criados projetos de lei sobre este assunto em 28 Estados dos EUA. Se este número aumentar, é provável que o tema comece a ser discutido pelo governo federal. 
Pesquisas recentes sugerem que o referendo no Oregon tem chance de ser aprovado, enquanto no Colorado, a iniciativa deve ser reprovada. No Oregon, o projeto prevê que as embalagens de alimentos incluam as palavras "geneticamente modificado". Empresas de alimentos e de sementes afirmam que as regras impostas na proposta do Estado custarão milhões de dólares para ser implementadas, uma vez que os itens destinados ao Oregon precisarão ser embalados separadamente. Isso levaria a um aumento de preços para os consumidores.

Doações para a campanha contra a proposta foram feitas por empresas como Pepsico, Coca-Cola, Kraft Foods, DuPont e Monsanto. Os alimentos geneticamente modificados mais comuns são milho, soja e beterraba, normalmente projetados para resistir a pesticidas. A Administração Federal de Alimentos e Medicamentos (FDA, na sigla em inglês) não exige rótulos especiais em alimentos geneticamente modificados e afirma que as culturas modificadas não são diferentes das variedades comuns.

Veja mais na REVISTA GLOBO RURAL

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

CARTA DA REGIÃO SUL



Os participantes do III Seminário Sul Brasileiro do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos – PARA, representantes dos Setores Agrícola, Ambiental e de Saúde e, do Ministério Público após dois dias de qualificadas exposições e debates referente ao tema registram, no presente documento, os seguintes pontos de entendimento e recomendam:

  • A adoção de um novo paradigma na emissão da receita agronômica, utilizando o agrotóxico (quando necessário) como parte integrante das orientações técnicas à produção agrícola;
  • A adoção do Receituário Agronômico Eletrônico, como forma única de recomendação de uso e comércio de agrotóxicos;
  • A regulação e implantação de políticas públicas que adotem  programas de gestão da qualidade  da produção agrícola, tais como: o controle da qualidade de alimentos de consumo in natura; a rastreabilidade da produção e  a produção integrada dos alimentos;
  • A inclusão, no rótulo dos produtos industrializados, de indicativo da utilização de agrotóxicos no processo produtivo;
  • A exigência de responsável técnico na produção de alimentos, de modo a garantir as boas práticas de produção agrícola, especialmente no que tocante à qualidade higiênico-sanitária e ao cumprimento das normas referente ao uso de agrotóxicos;
  • A criação de instrumento legal definindo as responsabilidades da indústria química no financiamento dos programas de monitoramento de resíduos em alimentos;
  • O fortalecimento dos órgãos regulatórios/fiscalizadores e de apoio, das áreas de saúde, agricultura e ambiental, de modo que possibilite a efetiva ampliação e qualificação das atividades de monitoramento e fiscalização;
  • A integração dos diversos órgãos fiscalizadores, como forma de fortalecer a ação inibidora do comércio clandestino de agrotóxicos;
  • O apoio às iniciativas normatizadoras dos legislativos estaduais  que possibilitem, complementarmente às exigências nacionais,  a adoção de critérios mais restritivos, para o comércio e uso de agrotóxicos, em acordo com a realidade agrícola e cultural de cada Estado;
  • A efetivação do Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica – PLANAPO e seus desdobramentos na área da pesquisa e fomento da produção orgânica de alimentos, através do fortalecimento dos órgãos executores, bem como dos órgãos que atuam na assistência técnica e extensão rural;
  • A efetivação do Programa Nacional de Redução e Uso dos Agrotóxicos – PRONARA;
  • A racionalização do uso dos agrotóxicos e a conversão do atual modelo produtivo agrícola para sistemas integrados de produção de alimentos, com utilização de agrotóxicos com menor grau de toxicidade, menor persistência no ambiente e maior seletividade;
  • A construção de mecanismos regulatórios de restrição ao uso, produção, comercialização e importação de agrotóxicos com alto grau de toxicidade e/ou com uso restrito ou banido em outros países;
  • O acesso irrestrito, do controle social, as informações referentes aos riscos e impactos dos agrotóxicos à saúde e ao meio ambiente.



Porto Alegre, 13 de outubro de 2014.

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

III Seminário da Região Sul do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos.

Focados no tema: BOAS PRÁTICAS E ALIMENTO SEGURO a Secretaria de Estado da Saúde do Rio Grande do Sul em parcerias com Paraná e Santa Catarina está promovendo o III Seminário da Região Sul do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos - PARA com o objetivo de trazer para o debate a possibilidade de uma produção limpa e segura para a saúde humana e ambiental. 


Maiores informações podem ser obtidas através do email: alimentos-dvs @saude.rs.gov.br ou diretamente junto a Secretaria de Estado da Saúde do Rio Grande do Sul no Centro Estadual de Vigilância em Saúde, Divisão de Vigilância Sanitária - Setor de Correlatos, Fone: (51) 3901-1137/1136

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Resíduos de agrotóxicos em maçã e mamão são avaliados

MAPA realiza pré-auditoria com o objetivo de estimar a qualidade das frutas e se preparar para a avaliação da União Europeia         

Brasília (9/9/2014) - O Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal (DIPOV) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) iniciou nesta semana uma pré-auditoria para avaliar a presença de resíduos de agrotóxicos em maçã e mamão, nas áreas de produção de Santa Catarina e Espírito Santo, respectivamente.

A avaliação das condições de produção e comercialização dos dois produtos, que começou na segunda-feira (8) e vai até o fim da semana, tem como objetivo preparar o Brasil para receber a Direção Geral de Saúde e dos Consumidores da União Europeia (DG-SANCO). O órgão internacional visita o País regularmente com o intuito de avaliar a qualidade das frutas exportadas pelo Brasil.

A auditoria, que será conduzida pelo DG-Sanco no próximo ano, é importante para a exportação brasileira pela relevância do órgão europeu no comércio internacional de produtos vegetais. Ele é responsável por verificar a procedência e qualidade de alimentos importados pela comunidade europeia e emitir uma notificação internacional caso haja a detecção de resíduos agrotóxicos que prejudicam a saúde dos consumidores.

Comércio – Entre os alimentos que fazem parte do comércio internacional brasileiro, a maçã e o mamão apresentam números importantes para o agronegócio, de acordo com relatório feito pela Secretaria de Comércio Exterior (SECEX/Elaboração) e pelo Portal Uagro/Sebrae.

As exportações brasileiras de mamão, em valor, por exemplo, cresceram em aproximadamente US$ 4 milhões nos últimos seis anos. Se em 2007, o Brasil exportava cerca de US$ 35 milhões, em 2012 esse número chegou a quase US$ 39 milhões. Com a maçã, o cenário foi ainda melhor: em 2007, a exportação da fruta, em valor, chegava a aproximadamente US$ 70 milhões. Em 2012, a quantia foi de quase US$ 80 milhões.

Monitoramento – O Mapa foi responsável pela criação do Programa Nacional de Controle e Monitoramento de Resíduos e Contaminantes em Produtos Vegetais – PNCRC/Vegetal. Anualmente, o DIPOV analisa, aproximadamente, 28 culturas. O departamento brasileiro, entre outras tarefas, monitora e fiscaliza a presença de resíduos de agrotóxicos nos produtos vegetais para garantir a comercialização a nível nacional e internacional.

Mais informações para a imprensa:
Assessoria de Comunicação Social
Maycon Fidalgo
(61) 3218-2203
imprensa@agricultura.gov.br


Por: Maycon Fidalgo do MAPA

Eu só consigo dizer que para os outros o Ministério da Agricultura se empenha ao máximo em garantir todos os controles na produção afim de que possamos exportar. Entretanto para nós aqui fica a produção suja, contaminada com venenos não autorizados ou com limites acima do permitido....

EITA MUNDO VÉIO SEM PORTEIRA.  Alfredo Benatto

terça-feira, 9 de setembro de 2014

LIMINAR OBRIGA O ESTADO ADQUIRIR APARELHO QUE MEDE ÍNDICE AGROTÓXICOS EM ALIMENTOS


A Juíza da 18ª Vara Cível de Aracaju, Dra. Elvira Maria de Almeida Silva, determinou que o Estado de Sergipe e a Fundação Parreiras Horta - FSPH adquiram, no prazo de 90 (noventa) dias, o aparelho “Cromatógrafo” e seus acessórios, para ser usado pelo LACEN – Laboratório Central de Saúde Pública do Estado. O aparelho possibilita o monitoramento e controle dos alimentos comercializados em Sergipe, identificando e quantificando os agrotóxicos e pesticidas neles usados.
No mesmo prazo, a Juíza determinou, também, que o Estado e FSPH adotem providências para garantir a execução de política de controle e monitoramento dos alimentos, na forma da Lei, a partir da unidade produtora até a oferta ao consumidor.
Para isso, deverá ser montado um programa específico de segurança alimentar, com atuação eficaz e efetiva dos Órgãos Sanitários de Sergipe, no tocante ao monitoramento de resíduos de agrotóxicos de alimentos, bem como à adoção de práticas educativas e coercitivas em defesa da saúde dos consumidores.
A Ação que motivou a decisão liminar, foi ajuizada pela Promotora de Justiça da Defesa do Consumidor, Dra. Euza Gentil Missano. A Promotora informou que em Sergipe ainda não existe o  cromatógrafo, aparelho responsável pela análise e medição do índice de agrotóxico. “As análises são realizadas em laboratórios de outros Estados, como o Paraná e Minas Gerais, e os resultados são emitidos em até seis meses. Nesse período o produto já foi consumido pelos cidadãos e repostos nas prateleiras”, destacou
“A Agência Nacional de Vigilância Sanitária desenvolveu o Programa de Análise de Resíduo de Agrotóxico em Alimentos (PARA), que monitora os alimentos de origem vegetal que chegam à mesa do consumidor. O Programa formaliza a coleta e encaminha as amostras ao Laboratório de Saúde Pública, para que seja identificado o tipo e quantidade de agrotóxico utilizado. Após isso, adotam as providências pertinentes”, explicou Dra. Euza e completou: “Com a aquisição do “Cromatógrafo”, o consumidor Sergipano terá a garantia de um controle de qualidade nos alimentos comercializados com mais rapidez e eficiência”.

Por: Mônica Ribeiro - Do Portal Plenário Agora

quinta-feira, 31 de julho de 2014

UMA LEMBRANÇA

 
 
Programa vai identificar doenças no RS

RICARDO AMORIM
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Ministério da Saúde vai implantar no Rio Grande do Sul, a partir de segunda-feira, o Projeto de Vigilância à Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos.
A informação é do diretor da Divisão de Meio Ambiente e Ecologia Humana, Alfredo Benatto.
O projeto já funciona em cinco Estados: Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia.
Até 97, além do Rio Grande do Sul, o programa será implantado em Santa Catarina, Distrito Federal, Espírito Santo, Pernambuco, Ceará e Mato Grosso.
O programa consiste no acompanhamento das populações para a identificação das doenças relacionadas ao uso de agrotóxicos.
Além disso, Benatto informou que um grupo de técnicos do ministério e da Unicamp vai se juntar a pesquisadores do Gipas (Grupo Interdisciplinar de Pesquisa e Ação em Agricultura e Saúde) para estudar o caso de Venâncio Aires.
Esse município gaúcho registrou índice de 37,22 casos de suicídios por 100 mil habitantes em 95, um dos mais elevados do mundo.
Segundo Benatto, não há na literatura médica relação entre o uso de agrotóxicos e o suicídio.
"Mas não podemos negar que os produtos contêm substâncias depressoras do sistema nervoso central", afirmou.
Quanto à classificação do Tamaron, que saiu da categoria de extremamente tóxico para a de altamente tóxico (mais branda), Benatto disse que as regras são definidas, em nível mundial, pela OMS (Organização Mundial de Saúde).

quarta-feira, 30 de julho de 2014

DIAGNÓSTICO PRELIMINAR DAS CONDIÇÕES SÓCIO-AMBIENTAIS E DE SAÚDE DOS AGRICULTORES PRODUTORES DE TABACO



com a Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento - SEAB, através da RESOLUÇÃO CONJUNTA SESA/SEAB Nº 002/2011, instituindo um Grupo de Trabalho para elaborar o Plano Estratégico para a Reconversão e Diversificação da Produção da Agropecuária em Propriedades que cultivam Tabaco no Estado do Paraná, que estabeleceu as seguintes diretrizes: 


1. Buscar alternativas econômicas à substituição da cultura do tabaco;
2. Dispor modelos de produção e linhas de financiamento;
3. Garantir a assistência técnica e extensão rural;
4. Ampliar a comercialização priorizando os mercados institucionais;
5. Estabelecer ações de promoção à saúde;
6. Educação Sanitária;
7. Regularização fundiária.

Dentro deste contexto, definiram-se as principais ações para atuação do setor saúde no plano:

1.  Atuar de forma articulada e integrada (Atenção Primária e Vigilância em Saúde);
2. Capacitar as equipes técnicas locais e municipais para o diagnóstico, tratamento, notificação e investigação de casos de intoxicações por agrotóxicos;
3. Elaborar diagnóstico sobre as condições de saúde, trabalho e exposição aos agrotóxicos no cultivo do tabaco;
4. Identificar os riscos a saúde relacionados às atividades agrícolas e propor medidas de controle e prevenção;
5. Identificar, avaliar e monitorar as formas de abastecimento de água utilizadas para consumo humano e outros riscos ambientais;
6. Intensificar as ações de Educação em Saúde fortalecendo as ações de prevenção e promoção da saúde;
7. Identificar, avaliar e monitorar as formas de armazenamento de agrotóxicos e destino de embalagens vazias; 
8. Avaliar a Rede de Atenção à Saúde estabelecida e sua capacidade de resolução no atendimento à saúde dos agricultores familiares (Zona Rural). 

As informações obtidas sobre a situação de saúde e as condições sócio-ambientais dos agricultores produtores de fumo na região pesquisada, desencadearam a proposição de recomendações para o desenvolvimento de ações voltadas à gestão e ao controle social, à atenção primária, à vigilância em
saúde e à educação em saúde, assim definidas:

  • Divulgação ampla dos resultados obtidos no inquérito epidemiológico junto aos agricultores produtores de tabaco e a sociedade em geral;
  • Ampliação das parcerias com instituições públicas e organizações não governamentais para implementar ações de educação em saúde, estimular a organização dos agricultores e implementar a assistência técnica;
  • Capacitação dos técnicos das secretarias municipais de saúde com relação à implementação e atualização do Sistema de Informação da Atenção Básica - SIAB e E-SUS, considerando a Classificação Brasileira de Ocupações - CBO;
  • Capacitação de técnicos das secretarias municipais de saúde, em especial a equipe multidisciplinar da Estratégia de Família - ESF, com relação à avaliação, diagnóstico, manejo clínico, notificação e investigação das intoxicações agudas e crônicas por agrotóxicos e intoxicações por nicotina (doença da folha verde do fumo);
  • Elaboração de formulário investigativo direcionado aos Agentes Comunitários de Saúde - ACS para reconhecimento da exposição aos agrotóxicos, sinais e sintomas das intoxicações;
  • Melhoria do acesso dos fumicultores aos serviços de saúde, com a garantia de atendimento clínico e realização de exames para diagnóstico/confirmação das intoxicações por agrotóxicos e intoxicações
  • por nicotina (doença da folha verde do fumo);
  • Implementar ações visando à melhoria da qualidade da água para consumo humano;
  • Implementar ações para a melhoria das condições de armazenamento de agrotóxicos nas propriedades rurais e de recolhimento de embalagens vazias de agrotóxicos;
  • Elaboração de material educativo para subsidiar as equipes de saúde nas ações de educação em saúde;
  • Promover continua articulação inter-setorial no âmbito da atenção integral da saúde.
Leia o relatório na íntegra na página da Secretaria de Estado da Saúde do Paraná.

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Brasileiro esquece tudo a cada 4 dias, e anotações são sua memória

Deu no UOL

Wagner Carvalho
Do UOL, em Bauru 17/07/201406h00

O problema de memória começou a ser notado por familiares em 2004 quando, ao voltar do trabalho, Sanches disse não se lembrar de ter passado por algum lugar ou ter realizado certas tarefas. A mulher dele, Sueli da Silva Costa Sanches, 54, conta que o fato determinante para que o marido procurasse um médico veio no dia em que ele se esqueceu de um amigo de infância.
"Nesse dia me assustei, não conseguia acreditar que ele não se lembrava desse amigo, apesar da minha insistência, levei-o até a casa da pessoa, mas mesmo assim ele não se lembrou, entrei em pânico", narra.
Sanches passou por consulta com um médico da cidade de Lins e foi diagnosticado com Alzheimer. O inconformismo da família com o diagnóstico, fez com que o homem fosse levado até o Ceatox (Centro de Assistência Toxicológica) da Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Botucatu (SP). Isso porque, além do esquecimento, o aposentado apresentava claros sintomas de intoxicação, como vermelhidão e coceira pelo corpo, perda de apetite, insônia, nervosismo e depressão.

Os resultados dos exames no Ceatox apontaram, além de intoxicação por exposição excessiva a organofosforado, substância encontrada em inseticidas, uma lesão no lóbulo temporal direito do cérebro. Com o diagnóstico, Sanches foi afastado da função que exercia de agente de controle de pragas no Centro de Controle de Vetores da Prefeitura de Lins.
O aposentado conta que ele fazia o manejo e a aplicação de inseticidas, mas que não eram disponibilizados EPIs (equipamentos de proteção individual). "A gente aplicava o mata-mato [proibida para a venda atualmente] sem qualquer proteção com a roupa do corpo. Ganhamos uma botina depois, mas por muito tempo [fazíamos o serviço] com calçado que vinha de casa", conta. Todas essas informações ele traz em suas agendas.

"Paciente com episódios de ausência, prejuízo de memória retrógrada (não recorda nada que ocorreu além de 7 dias atrás), apresentando rastreio toxicológico do Ceatox com possível intoxicação por organofosforados (trabalhou com controle de pragas, usando inseticida). Tem relato de lembrar-se ocasionalmente de pai e mãe."

Leia toda matéria no UOL


sexta-feira, 27 de junho de 2014

Recorde, venda de defensivo no país em 2013 atingiu US$ 11,5 bi

A indústria brasileira de defensivos agrícolas comemorou em 2013 mais um recorde de vendas, novamente embalada pelo desempenho do segmento de inseticidas. Levantamento realizado pelo Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg) e obtido com exclusividade pelo Valor indica que o mercado nacional atingiu no ano passado a cifra de US$ 11,45 bilhões, 18% acima dos US$ 9,71 bilhões de 2012.
O resultado reforça a posição de liderança que o Brasil conquistou há cerca de três anos no mercado global de defensivos, à frente dos US$ 8 bilhões movimentados nos EUA em 2013, conforme o Sindiveg. "Lá só existe uma safra, e nós temos três. Nos EUA, não há ferrugem da soja, e US$ 2 bilhões das nossas vendas são apenas contra essa doença", afirma Ivan Sampaio, gerente de informação do Sindiveg.
Em volume, foram vendidas 902,41 mil toneladas de agroquímicos aos produtores do Brasil no ano passado, crescimento de 9,6% em relação a 2012. Da receita total, 40% (US$ 4,553 bilhões) vieram da comercialização de inseticidas. A categoria foi que a teve o maior salto anual nas vendas, de US$ 3,606 bilhões para US$ 4,553 bilhões.
O recente aparecimento de novas pragas, caso da helicoverpa, e o ressurgimento de velhas conhecidas, como a mosca branca e a lagarta falsa medideira, foram fatores determinantes para que as vendas de inseticidas voltassem a crescer. "Os produtores podem ter relaxado nos tratos culturais com essas pragas mais antigas porque estavam mais preocupados com a helicoverpa, e de última hora precisaram de mais inseticidas", avalia Sampaio.
Na sequência dessa categoria, vieram os herbicidas (com US$ 3,739 bilhões) e fungicidas (US$ 2,591 bilhões). Entre as culturas, a soja seguiu como o carro-chefe das vendas, mas ampliou sua fatia de 47% para 51,3% da receita total. O montante total movimentado pela oleaginosa foi de US$ 5,866 bilhões, 28,4% acima dos US$ 4,566 bilhões registrados do ano anterior. "Com o preço bom da soja, os agricultores também investiram mais e em defensivos mais específicos", afirma o gerente do Sindiveg.
A cana-de-açúcar ocupou a segunda posição entre as que mais demandaram defensivos, com 10,1% de participação - o equivalente a US$ 1,159 bilhão, queda de 7% ante 2012. Contudo, a retração no segmento de café foi mais expressiva (de 14%, para US$ 293 milhões). Nos dois casos, o recuo nas vendas de defensivos refletiu as cotações deprimidas do grão e do etanol no ano passado.
Ainda conforme os dados do Sindiveg, os agroquímicos genéricos continuam a responder pela maior parcela das vendas no país, mas sua participação diminuiu de 60% do total, em 2012, para 55% no ano passado. "Houve o lançamento de pelo menos três grandes produtos patenteados em 2013, que conquistaram mercado e são mais caros que os genéricos", diz Sampaio.
Outra constatação do levantamento é que o mercado nacional permanece altamente dependente de importações. No ano passado, foram trazidas do exterior aproximadamente 408 mil toneladas, entre produtos técnicos (matérias-primas concentradas) e formulados, ou US$ 7,4 bilhões, contra 297 mil toneladas (US$ 5,5 bilhões) em 2012.
De acordo com o representante do sindicato das indústrias, a concorrência de países como China e Índia, que têm custos de produção bem inferiores, e também questões ligadas à legislação brasileira explicam esse cenário. "Produzir aqui é mais restritivo do que importar. Existem hoje no mercado cerca de 300 ingredientes ativos, dos quais apenas 10 a 15 produzidos no Brasil", afirmou. O produto de maior produção localmente é o herbicida glifosato - não por acaso, também o de maior demanda.
Para 2014, o Sindiveg projeta um aumento de 6% nas vendas de defensivos no Brasil, com avanços em algodão, café, milho e soja. Nos últimos cinco anos, o mercado brasileiro cresceu a um ritmo mais acelerado (de 15% ao ano, em média), mas problemas climáticos enfrentados em importantes regiões produtoras este ano podem enxugar os investimentos. "Tudo depende também dos preços internacionais. Se a soja disparar em Chicago, o produtor vai gastar mais em tecnologia. Mas, por ora, não é essa a sinalização que temos. A safra americana está indo muito bem", afirma Sampaio.

sexta-feira, 30 de maio de 2014

"O QUE É A VIDA? MINERAIS ANIMADOS.

"Nós dependemos dos solos. Não podemos ter saúde acima dos solos se abaixo não tivermos saúde.
O solo é a extensão de nossa saúde". Jairo Restrepo Riveira

"A SAÚDE ESTÁ NOS SOLOS"

Com essas afirmações Jairo Restrepo Riveira, Engenheiro Agrônomo, formado na Universidade de Pelotas no Rio Grande do Sul, demonstra em uma palestra feita na Espanha, toda a riqueza da produção orgânica e sua interação com a vida.

Uma aula imperdível.

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Produtores de pimentão se esforçam para reduzir os agrotóxicos em SP

Pimentão lidera a lista de produtos contaminados com resíduos da Anvisa.
Produtores usam manejo integrado de pragas para reduzir o uso de veneno.


O que fazer quando o produto da sua roça ganha o campeonato de contaminação por agrotóxico e o preço dele desaba no mercado? Esse é o drama que os produtores de pimentão estão enfrentando há alguns meses, desde que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), divulgou a lista dos alimentos mais contaminados no Brasil.
Agricultores de São Paulo estão buscando alternativas para superar o problema. Eles estão usando técnicas da agricultura orgânica e combatendo as pragas com inimigos naturais.
Está aumentando cada vez mais a responsabilidade de quem usa agrotóxicos na produção de verduras, legumes e frutas. Em alguns estados, promotores e Ministério Público estão exigindo a identificação do nome e do endereço do produtor rural nas gôndolas dos supermercados. A rastreabilidade fica a cargo dos supermercados.
Em Santa Catarina, o consumidor pode saber a origem dos hortifrutigranjeiros colocados à venda com a ajuda do celular. Basta baixar o programa no aparelho e direcioná-lo para o código do produto. Na tela, surgem todos os dados do produtor.
A iniciativa é da Associação Catarinense de Supermercados, que também se encarrega de coletar amostras mensais para análise em laboratório.
A Anvisa também analisa amostras coletadas em supermercados de vários estados. No último levantamento nacional, o pimentão liderou a lista dos produtos mais contaminados com resíduos de veneno. Na época, a informação mexeu com o bolso dos agricultores de dois municípios paulistas, Pirajuí e Lins, que produzem pimentões coloridos.
A principal praga do pimentão é um fungo chamado oídio, que ataca as folhas da planta. Ele se alastra rapidamente com o vento e cobre toda a superfície da folha reduzindo a fotossíntese, dominuindo a produção e podendo até matar a planta. Para controlar a doença, muitos produtores fazem de três a quatro pulverizações de fungicida por semana.
Outro problema são as pragas. Os produtores da região estão aprendendo a usar os recursos do manejo integrado de pragas, para reduzir o uso de veneno. A iniciativa é da Secretaria de Agricultura de São Paulo e do Sebrae, que ministra cursos e contrata técnicos para assessorar os produtores.
Para surpresa de muitos agricultores, o produto biológico recomendado para substituir o agrotóxico no controle do oídio é uma calda muito simples de ser feita. Ela é preparada com melaço de cana, farelo de arroz e água.
Para cada 100 litros de água vão cinco quilos de farelo de arroz e três quilos de melaço de cana.  É preciso misturar bem até dissolver tudo. Depois, é só deixar a calda fermentando por cinco dias oxigenando bem a mistura. A aeração pode ser feita com o uso de bombinhas de aquário ligadas dia e noite. Para aplicar na lavoura, a calda deve ser misturada com água, numa diluição a 5%, ou seja, para 95 litros de água vão cinco litros de calda.
A aplicação deve ser feita duas vezes por semana. A calda tem que atingir toda a superfície da planta, mas para garantir a eficiência do produto é preciso manter a umidade da estufa em 70%. Isso é feito com o uso dos aspersores, ligados de duas a três vezes ao dia, por uns 15 minutos.
A calda também serve para controlar o oídio em várias  hortaliças, como alface, tomate, pepino e abobrinha. Depois de eliminar o agrotóxico no controle do fungo é possível usar os inimigos naturais para atacar outras pragas da cultura, como o ácaro rajado. Para combatê-lo, a arma utilizada é o ácaro vermelho. Ele não causa prejuízos à planta, atua apenas como predador do ácaro rajado.

Os inimigos naturais são produzidos em laboratórios especializados, mas nem todos são resistentes aos agrotóxicos, por isso, no manejo integrado de pragas é fundamental ter um controle dos serviços executados em cada estufa.

Outra praga do pimentão é o fungus gnats. Ele ataca principalmente as raízes das plantas novas, rói o caule e abre a porta para a entrada de várias doenças. Seu principal inimigo natural é um ácaro: o stratiolaelaps.
O stratiolaelaps ataca um inseto que causa muito prejuízo no pimentão: seu nome é tripes. A missão do ácaro é reduzir a população adulta do inseto atacando a fase jovem dele: as pulpas.
A doença provocada pela tripes é chamada popularmente de ‘vira cabeça’ e está entre os principais problemas dessa cultura, mas o controle biológico dispõe de outra arma para atacar a tripes, é uma vespa chamada orius.
Uma praga de solo que ainda desafia os pesquisadores é o nematoide, um verme que vive no solo e que para combatê-lo, os produtores usam biofertilizante feito com água e esterco animal fermentado por, no mínimo, um mês.
Por enquanto, os produtores perceberam que o investimento em insumos diminuiu e a mão-de-obra aumentou, mas o investimento é a produção de alimentos mais saudáveis para todos.

sábado, 10 de maio de 2014

Davi contra o Golias transgênico

Do Estadão



Selo que identifica ingrediente transgênico no produto.
O cientista José Maria Gusman Ferraz fez parte, por três 
anos, da CTNBio, a comissão que libera o uso de transgênicos no País. 
E denuncia a displicência com que as plantas e outros organismos 
geneticamente modificados são aprovados na comissão. 
A mais recente aprovação, que Gusman Ferraz considera absurda, 
é a do mosquito transgênico contra a dengue


Na clínica veterinária da filha de José Maria Gusman Ferraz, em Campinas (SP), não entra ração elaborada com ingredientes transgênicos – sim, já há algumas marcas no País que se propõem a oferecer aos donos de bichos de estimação ração produzida sem grãos geneticamente modificados, principalmente a soja. Não poderia ser diferente, em se tratando do pai que a proprietária da clínica tem. O mestre em Agronomia pela USP e doutor em Ecologia pela Unicamp é um ferrenho crítico em relação à maneira como os organismos geneticamente modificados, os transgênicos, têm sido aprovados no País, no âmbito da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), da qual fez parte por três anos, até fevereiro último. Defensor do “princípio da precaução” – ou seja, que antes da liberação comercial desses organismos sejam feitas pesquisas detalhadas e principalmente de longo prazo para verificar sua segurança, sobretudo alimentar e ambiental –, Gusman Ferraz fez o que pôde para aplicar esse princípio durante os trabalhos da comissão, sem muito sucesso, porém, já que a maioria de seus membros têm a certeza, como ele define, de que transgênicos “não fazem mal”. A CTNBio, criada em 2005, é a responsável pela avaliação e aprovação comercial de todos os transgênicos no País – do milho resistente à lagarta, passando pela soja que não se dobra a herbicidas e pelo feijão que suporta o ataque de um vírus fatal, e, mais recentemente, no dia 10 de abril, do mosquito transgênico que promete reduzir a dengue no País.

Várias dessas aprovações comerciais apresentaram, segundo Gusman Ferraz, relatórios inconsistentes e com metodologia científica falha – muitas delas ocorreram com base apenas no relatório apresentado pela própria empresa produtora do transgênico. Um dos casos mais graves relatados pelo cientista é o da aprovação do feijão da Embrapa – o primeiro transgênico com tecnologia totalmente brasileira e que vai das lavouras diretamente para o prato dos brasileiros, sem escalas. “Os testes apresentados pela Embrapa foram insuficientes para nos deixar tranquilos em relação à efetiva segurança alimentar desse feijão”, alerta. Mesmo já fora da comissão, Gusman Ferraz lutou também para que o mosquito transgênico não fosse aprovado comercialmente – o que ocorreu no dia 10 de abril último –, lançando uma petição no Avaaz contra a aprovação pela CTNBio, sob o argumento de que “os relatórios finais do experimento realizado em campo, visando a verificar a segurança para a população, não estão prontos”, entre outros itens. Veja o link com a petição.


Base para essas críticas ele tem. Gusman Ferraz cursou pós-doutorado em Agroecologia pela Universidade de Córdoba, na Espanha; é pesquisador aposentado da Embrapa Meio Ambiente, pesquisador convidado do Laboratório de Engenharia Ecológica da Unicamp e diretor da Associação Brasileira de Agroecologia, além de professor do curso de mestrado em Agroecologia e Desenvolvimento Rural da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). O cientista alerta que a maior parte dos ex-colegas da CTNBio é, em sua maioria, favorável aos transgênicos. Segundo Gusman Ferraz, dos 27 membros titulares da CTBNio e 27 suplentes, “apenas uns sete ou oito” dão a cara para bater e questionam os relatórios apresentados pelas próprias empresas desenvolvedoras de transgênicos. “Apesar de se tratar de uma comissão de doutos, esses relatórios praticamente não são criticados e não se considera a bibliografia advinda de pesquisas independentes”, denuncia, e complementa: “Isso seria o básico a ser feito por qualquer comissão que trata de assunto tão importante e que pode afetar a saúde de milhões de pessoas e o meio ambiente. Ali dentro simplesmente não se aplica o princípio da precaução.”


Nesta entrevista, Gusman Ferraz relata casos absurdos de aprovação comercial de OGMs, cujos relatórios de pesquisa apresentados pelas empresas não passariam, segundo ele, pelo crivo de nenhuma revista científica. “Alguns desses estudos têm coeficiente de variação de mais de 400% em sua análise estatística”, diz. Mesmo sendo minoria na comissão – que aprovou, em 2012, todos os pedidos de liberação comercial de OGMs –, o engenheiro agrônomo não se deu por vencido. Junto com outros colegas da CTNBio, bateu às portas do Ministério Público Federal do Distrito Federal (MPF-DF), além do Congresso Nacional. O MPF-DF acolheu as denúncias contra a CTNBio e passou a promover audiências públicas para questionar o método atual de análise da comissão. Antes, Gusman Ferraz havia tentado, com seus colegas, promover uma audiência pública dentro da própria CTNBio, que foi negada, porém.


O MPF-DF chegou a recomendar à comissão, em outubro do ano passado, que suspendesse as liberações comerciais de OGMs até que fosse garantida a participação da sociedade civil nas decisões do órgão, além de estudos conclusivos sobre o impacto das aprovações dos transgênicos para o meio ambiente e a saúde humana. O procurador da República no DF Anselmo Henrique Cordeiro Lopes abriu, ainda, inquérito civil para investigar possível ilegalidade na liberação comercial de sementes de soja e de milho geneticamente modificados que apresentam tolerância aos agrotóxicos 2,4-D, glifosato e glufosinato de amônio, entre outros herbicidas. A Justiça Federal negou, porém, no dia 4 de abril, pedido do MPF de suspensão imediata do registro de agrotóxicos que tenham como ingrediente o 2,4-D, além do pedido de Lopes que pedia a suspensão da tramitação, na CTNBio, dos processos sobre sementes transgênicas resistentes a agrotóxicos. O procurador Lopes, porém, já afirmou que vai recorrer da decisão.


Outra iniciativa importante contra o modo de ação da CTNBio foi a denúncia protocolada, em dezembro, pelo deputado Doutor Rosinha (PT-PR) – na Comissão de Ética da Presidência da República e no MPF, o parlamentar acusa oito integrantes da CTNBio de vínculo com o setor privado de biotecnologia, o que incorreria em conflito de interesse na aprovação dos transgênicos pelo colegiado. “Há vários membros da comissão que são ou já foram ligados à indústria de transgênicos e agrotóxicos”, confirma Gusman Ferraz, baseado em uma denúncia na própria imprensa, alertando, ainda, sobre o “compadrio” imperante na CTNBio: “É o caso do mosquito transgênico da dengue, cujos testes em populações humanas foram aprovados, na CTNBio, por pessoas ligadas à mesma universidade que fez os estudos, a USP”, diz. “Estão usando os seres humanos de cobaia, fato que se torna mais grave com a recente aprovação comercial do mosquito transgênico.”


Agora, fora da CTNBio, Gusman Ferraz pretende continuar a contribuir para que ocorram profundas discussões para que as liberações de OGMs sejam precedidas de estudos de longo prazo, obedecendo sempre ao princípio da precaução. “Além disso, que seja feito um monitoramento dos transgênicos no ambiente após sua liberação comercial, o que vai permitir que quaisquer impactos sejam detectados”, diz. E, por meio de sua atuação no Grupo de Estudos em Agrobiodiversidade (GEA), continuará a discutir normas para evitar a contaminação dos plantios não-transgênicos, “principalmente os de sementes crioulas, que nossos agricultores preservam e que de fato vão garantir nossa segurança e soberania alimentar”.


quarta-feira, 7 de maio de 2014

Novo scanner portátil ajuda a revelar 'composição química' de objetos

 Oxalá seja verdade. 

Fabricantes dizem que aparelho, desenvolvido com quase US$ 1 milhão captados por crowdfunding, permite saber, por exemplo, se uma maçã tem agrotóxicos ou se joia não passa de bijuteria barata.

Apetrecho permite que usuário saiba, por exemplo, a quantidade de agrotóxico de verduras, legumes e frutas (Foto: Consumer Physies/BBC)
Apetrecho permite que usuário saiba, por exemplo, 
a quantidade de agrotóxico de verduras, legumes e frutas 
(Foto: Consumer Physics/BBC)

Uma startup israelense criou um dispositivo que revela instantaneamente a composição química de diferentes objetos, de comida a joias, passando por medicamentos e até mesmo plantas.
Na prática, isso permite saber, por exemplo, se uma maçã tem agrotóxicos ou se uma joia não passa de uma bijuteria barata.
Do tamanho de uma caixa de fósforos, o pequeno aparelho foi inventado pela empresa Consumer Physics, sediada em Tel-Aviv, que alega ter desenvolvido o primeiro espectrômetro (instrumento ótico usado para medir as propriedades da luz) molecular barato e de fácil acessibilidade do mundo.
O dispositivo se assemelha a um scanner de mão: o usuário aponta o equipamento em direção a um objeto, pressiona um botão que emite uma luz azul e, alguns segundos depois, obtém as informações sobre suas características moleculares.
Dror Sharon, co-fundador da Consumer Physics, diz acreditar que a invenção, batizada de SCiO, pode se tornar um 'Google' para o mundo físico, ou seja, uma maneira de buscar e descobrir instantaneamente a composição dos objetos ao nosso redor.
O SCiO custa US$ 199 (R$ 450) e foi revelado ao público pela primeira vez na semana passada. O projeto consumiu três anos de pesquisa e levantou mais de US$ 900 mil (R$ 2 milhões) na plataforma de crowdfounding (financiamento coletivo) Kickstarter - quatro vezes mais do que a meta inicial da companhia, de US$ 200 mil (R$ 450 mil) - em apenas 40 dias.

Veja mais em O GLOBO




No CE, programa financeiro incentiva cultivos sem o uso de agrotóxicos

Plantar sem agredir a natureza é fundamental para manter a produtividade. Programa Bolsa Verde concede R$ 300 a produtores selecionados.


Pequenos agricultores do Ceará recebem um incentivo financeiro para cultivar sem o uso de agrotóxicos. É o projeto Bolsa Verde, que funciona em caráter experimental e já apresenta bons resultados.
Plantar sem agredir a natureza. No sertão cearense, onde a chuva é escassa, isso é fundamental para manter as terras produtivas. Em Canindé, um programa do município estimula agricultores a produzirem sem agrotóxicos. O Bolsa Verde concede uma bolsa de R$ 300 a produtores selecionados que se tornam referência.
Os agricultores que já mantinham práticas sustentáveis tiveram prioridade na seleção. Em uma propriedade de sete hectares, Erivaldo Coelho cuida de mais de 15 culturas, tudo produzido sem agrotóxicos.
O milho, que ocupa a maior parte da terra, está perto de ser colhido. Para chegar até aqui, o agricultor enfrentou problemas com pragas, que foram superados com defensivos naturais. "A gente faz um alho batido, uma água de alho com água de folha de nim e ureia, que dão qualidade à planta", explica.
Cícero de Souza Almeida também foi escolhido na primeira fase do programa, que selecionou 20 agricultores. Ele ficou muito satisfeito com a escolha, que considera um reconhecimento.
O Bolsa Verde ainda é um projeto piloto e deve ser estendido nos próximos anos. O benefício é pago todo mês e a previsão é que no próximo ano mais 20 agricultores sejam contemplados.
Leia mais em: O GLOBO

terça-feira, 29 de abril de 2014

Caravana da Embrapa divulga manejo integrado de pragas

Técnica busca a diminuição do uso de agrotóxicos, buscando o equilíbrio nas plantas e monitoramento de pragas

por Portal BrasilPublicado28/04/2014 19:17Última modificação28/04/2014 19:17
Técnicas de Manejo Integrado de Pragas (MIP) serão demonstradas pela Embrapa na 21ª Agrishow. O evento acontece de 28 de abril a 2 de maio, em Ribeirão Preto (SP), cidade considerada  a capital brasileira do agronegócio. Para participar da feira é necessário adquirir o ingresso, que custa R$ 30,00 e estarão disponíveis no local, durante a realização do evento.
O MIP é um plano de medidas voltadas para diminuir o uso de agrotóxicos na produção convencional, buscando promover o equilíbrio nas plantas e monitorar as pragas evitando, ao máximo, o uso desses produtos no sistema. Assim, existe uma preocupação em se utilizar agrotóxicos apenas quando a população dos organismos que causam problemas nas plantações atingir um nível de dano econômico (em que as perdas de produção gerem prejuízos econômicos significativos), diminuindo a contaminação do ambiente. 
A base do MIP são os conhecimentos sobre taxonomia, biologia e ecologia que subsidiam a identificação das pragas chaves e dos inimigos naturais, o seu monitoramento com base nas informações sobre seus níveis de controle e o manejo do agroecossistema, priorizando condições para o equilíbrio das plantas e o combate natural das pragas".
Conforme pesquisadores da Embrapa de Alerta para Ameaças Fitossanitárias, "quando o monitoramento indica que a densidade populacional atingiu o nível de dano econômico, a tomada de decisão pelo controle segue uma lógica que prioriza os controles cultural, biológico, comportamental, genético, varietal e, como última opção, o controle químico. No caso do controle químico, são utilizados produtos seletivos em favor dos inimigos naturais e polinizadores, além da rotação de produtos por modos de ação e grupo químico, a fim de evitar a resistência. A ocorrência de recentes ameaças fitossanitárias, como a Helicoverpa armigera, vem comprovar não apenas a eficácia do MIP, como a necessidade de sua ampliação para o âmbito de toda paisagem".
Caravana da Embrapa
Durante a 21ª. Agrishow, a Embrapa fará um balanço da Caravana de Alerta para Ameaças Fitossanitárias, que  teve início em dezembro de 2013 e percorreu polos agrícolas importantes dos Cerrados Amazônicos, Mato Grosso, Bahia, Maranhão, Tocantins, Piauí, Goiás, Distrito Federal, Grande Dourados, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Alagoas e Sergipe. 

A iniciativa busca levar aos técnicos multiplicadores da extensão rural e de cooperativas, consultores independentes e de associações orientações sobre o manejo das principais ameaças fitossanitárias. O destaque nessa primeira edição foi a Helicoverpa armigera. Seu principal enfoque foi o da adoção do MIP. A previsão é que sejam implantadas a partir de agora Unidades de Referência Tecnológica (URT) do modelo MIP nas macrorregiões visitadas para uso na capacitação de extensionistas e produtores.
A Caravana foi realizada em parceria com a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), a Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja), a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB). No estado de São Paulo a Caravana teve apoio da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), Coordenadoria de Defesa Agropecuária do Estado de São Paulo (CDA), Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto (AEAARP) e também do Instituto Federal de São Paulo, Campus de Avaré.

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas.

Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do vôo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre têm um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o vôo.

Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são pássaros em vôo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o vôo, isso elas não podem fazer, porque o vôo já nasce dentro dos pássaros. O vôo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado.
Rubem Alves

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Aluguel de abelhas ajuda a produzir mais maçãs, abacates e melões







Agricultores estão alugando colmeias de criadores de abelhas --chamados de apicultores-- para aumentar a produção de frutas como maçã, abacate e melão. No Sul do país, a estimativa é de que 60 mil colmeias sejam alugadas todo ano por produtores de maçã.
As abelhas se encarregam da polinização das flores, que é a transferência do pólen entre elas e que leva à formação dos frutos. O vento, outros insetos e até morcegos também realizam a tarefa, mas as abelhas são as principais polinizadoras.
Além de receberem pela prestação do serviço aos produtores de frutas --de R$ 50 a R$ 70 por colmeia, no caso de pomares de maçã--, os criadores de abelha também lucram com a venda do mel produzido no período.
Nos Estados Unidos, os apicultores chegam a receber até US$ 150 (R$ 358) por colmeia para polinização de amendoeiras, afirma o presidente da CBA (Confederação Brasileira de Apicultores).

Produção de maçãs é dependente do trabalho feito pelos insetos

As macieiras são completamente dependentes da polinização por insetos para dar frutos, diz o professor Afonso Inácio Orth, do curso de Agronomia da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina).
Ele afirma que, no Estado, é costume colocar duas ou três colmeias de abelhas por hectare, o que rende 35 toneladas de maçãs na área. Um experimento feito pela UFSC com seis colmeias por hectare fez a produtividade pular para 79 toneladas, diz Orth.
Joselmar Tonial, que cria abelhas desde 1996, em Fraiburgo (SC), tem cerca de 1.600 colmeias, que aluga na época da florada da maçã. No total, fatura mais de R$ 100 mil com o aluguel das caixas de abelha a cada temporada.
Ele informa que o aluguel dura cerca de um mês, e começa por volta de 20 de setembro, com o surgimento da florada. Tonial presta serviço a um pequeno produtor e para a Renar Maçãs, empresa tradicional do setor.
O valor do aluguel mensal de cada colmeia (R$ 65) corresponde a mais de 60% do que ela rende com mel ao longo do ano (R$ 104). "Como a região é fria e não tem flores o ano todo, não faturamos tanto com o mel", afirma.

Produtores de melão e abacate também alugam abelhas

Orth, da UFSC, também destaca que de 10 mil a 15 mil colmeias são usadas todo ano no cultivo de melão em Mossoró (RN), embora não saiba informar quanto os apicultores locais recebem pelo aluguel.
No Sudeste, a fazenda Jaguacy, maior exportadora de abacates do país, também usa abelhas há duas décadas para obter mais de 300 mil toneladas da fruta por ano em uma área de 500 hectares em Bauru (SP).
Para cada hectare, são utilizadas duas colmeias por dois meses, a partir de agosto, quando desabrocham as flores. "Insetos como moscas também polinizam as flores, mas as abelhas são mais eficientes", diz Victor Falanghe Carvalho, um dos sócios da Jaguacy.
A empresa contrata dez apicultores por ano, que fornecem juntos 850 caixas de abelhas, a um custo mensal de R$ 30 por colmeia. Outras 150 vêm da própria fazenda, que tem uma criação particular de abelhas.
O professor universitário aposentado Guerino Ninin aluga suas 50 colmeias para a Jaguacy desde 2010. Segundo ele, o valor recebido apenas cobre os custos com o transporte das caixas. "Não tenho muita renda com o aluguel, mas a iniciativa é interessante", diz.
O maior rendimento vem de uma tonelada de mel que produz por ano, vendido por até R$ 14 o quilo na barraca que a Associação dos Apicultores de Bauru mantém numa feira aos domingos de manhã, no centro da cidade.