segunda-feira, 31 de maio de 2010

Cientistas desmascaram estudo da Syngenta sobre a Atrazina

Do Portal EcoAgência.

Afirmações enganosas e 117 das incorreções em revisão científica financiada pela empresa favorecem a Syngenta, menosprezando os efeitos danosos da atrazina.



Por AS-PTA

Em 2008 um grupo de cientistas associados à multinacional Syngenta (fabricante de agrotóxicos e sementes transgênicas) publicou uma revisão científica dos efeitos do agrotóxico Atrazina em animais aquáticos. O estudo concluiu que, “baseado numa sólida análise das evidências de todos os dados, a teoria central de que concentrações ambientalmente relevantes de atrazina afetam a reprodução ou o desenvolvimento reprodutivo em peixes, anfíbios e répteis não é sustentada pela vasta maioria de observações”. Entretanto, no início de 2010 cientistas independentes da Universidade do Sul da Flórida (USF) publicaram um artigo apontando conclusões muito diferentes.

Agora, um novo paper da equipe da USF investiga as discrepâncias e descobre que a revisão financiada pela Syngenta é tendenciosa e factualmente incorreta (a Syngenta é a principal fabricante da atrazina). Os cientistas da USF documentaram meticulosamente 122 “incorreções” e 22 “afirmações enganosas” na revisão. Todas as afirmações enganosas e 117 das incorreções favorecem a Syngenta, menosprezando os efeitos danosos da atrazina. Além disso, o estudo da Syngenta “criticou ou colocou dúvidas sobre a validade” de 94% dos estudos que descobriram efeitos adversos do agrotóxico, contra apenas 3% dos estudos que não o fizeram.

De acordo com a revista Science News, os cientistas da UFS foram motivados a realizar esta segunda análise sobre a ciência financiada pela Syngenta depois de descobrirem que alguns de seus próprios estudos haviam sido descaracterizados por ela.

Em notícias correlatas, o Conselho de Defesa dos Recursos Naturais (NRDC, em inglês) divulgou novas análises do estudo de monitoramento da água que o EPA (Agência de Proteção Ambiental dos EUA) exigiu da Syngenta como uma condição para a atrazina continuar no mercado. O novo relatório do NRDC mostra que “de 153 sistemas aquáticos que foram amostrados entre 2005 e 2008, 100 (...) apresentaram resíduos de atrazina na água não tratada que excediam o limite federal de 3 ppb (partes por bilhão). E dois terços destes 100 sistemas apresentaram resíduos de atrazina maiores que 3 ppb na água tratada”.

Extraído de: Pesticide Action Network Updates Service (PANUPS), 14/05/2010.

N.E.: No Brasil o uso da atrazina é comum em milho, cana-de-açúcar, café, banana, abacaxi, cacau, entre outros.
AS-PTA/EcoAgência

domingo, 30 de maio de 2010

Água engaraffada e disruptores endócrinos

O Dr. Efraim Rodrigues no Portal LONDRIX postou matéria intitulada ÁGUA DOS BOBOS, onde discorre sobre as questões relacionadas ao consumo de água engarrafada. Chama a tenção para o fato de que "De toda forma você está também fazendo mal para você mesmo bebendo a água engarrafada. Como a garrafa é geralmente de plástico, você estará ingerindo disruptores químicos endócrinos que podem bloquear a testosterona, responsável entre outros, pela fertilidade masculina e o desejo sexual feminino. Os ftalatos, usados para deixar o plástico das garrafas e copinhos mais macios também causam problemas na formação de fetos. Leia o volume especial “The Plastic World” da Revista Científica Environmental Research de Outubro de 2008".

Leia toda a matéria no LONDRIX

quinta-feira, 20 de maio de 2010

A ATRAZINA E A SAÚDE HUMANA

O herbicida atrazina, é classificado como moderadamente tóxico (classe III) no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA recebendo autorização de uso nas culturas agrícolas do abacaxi, cana-de-açúcar, milho, pinus, seringueira, sisal e sorgo.

Ocorre que a presença generalizada de atrazina no ambiente representa um risco para os seres humanos, fauna e aos ecossistemas em geral. O produto químico é conhecido por ser um potente disruptor endócrino, interferindo com a atividade hormonal de animais e seres humanos em doses extremamente baixas.

Pesquisas realizadas com sapos pelo Dr. Tyrone Hayes e outros cientistas estão demonstrando que em exposições menores que 0,1 partes por bilhão podem causar graves efeitos na saúde, incluindo uma espécie de castração química.

Estudos mostram que a atrazina também podem afetar o sistema reprodutivo humano, diminuindo a contagem de espermatozóides e aumentando as taxas de infertilidade. A atrazina tem sido associada a elevado risco de vários tipos de câncer, incluindo o linfoma não-Hodgkin, câncer de mama e de próstata.

Este veneno pode também retardar o desenvolvimento das glândulas mamárias e induzir o aborto em roedores de laboratório. Vários estudos têm demonstrado a correlação entre a atrazina com defeitos congênitos, lábio leporino, espinha bífida e síndrome de Down.

Estudos epidemiológicos indicam que níveis muito baixos de exposição através de água contaminada durante períodos chave da gravidez pode interferir com o desenvolvimento saudável do feto o que demonstra a necessidade urgente de proibição deste agrotóxico, em especial, neste momento em que o Ministério da Saúde está revisando a Portaria 518/2004 que trata dos padrões de potabilidade da água para consumo humano.

Um resumo de estudos recentes sobre os efeitos da atrazina à saúde podem ser encontrados na Pesticide Action Network.

Fonte: Pesticide Action Network.
Monografias dos agrotóxicos - ANVISA

sábado, 15 de maio de 2010

Desenvolver cultivos GM usando cultura de tecidos pode criar centenas ou milhares de mutações no DNA - parte II

Continuação:

Em alguns casos, as células que sofrem cultura de tecido e modificação genética terão, significativamente, mais mutações amplas no genoma do que células apenas desenvolvidas por cultura de tecido. Não está claro por que a inseração de gene tem esse efeito, mas cientistas especulam que o efeito decorra, em parte, de inserções mal sucedidas ou inserções de pequenos fragmentos de DNA do plasmídeo GM; tais inserções, algumas vezes, são dispersas ao longo de todo o genoma. Algumas mutações também podem ser devidas à soma de estresse por infecção por agrobactérias, biobalística ou exposição a antibióticos.

Em conjun to, o processo de inserção de genes, combinado com cultura de tecido, tipicamente resulta em centenas ou até mesmo milhares de mutações, incluindo pequenas deleções, substituições, inserções ou grandes rearanjos cromossômicos no código genético. As alterações são imensas. Dois estudos sugerem que 2%-4% dos segmentos de DNA de amostras de tecido, escolhidos aleatoriamente, eram diferentes dos controles não-GM. Além disso, estimativas baseiam-se em métodos de detecção que podem deixar escapar muitas mutações, tais como curtas deleções e inserções e a maioria das substituições de pares de bases. Portanto, o grau real de dano ao gene é provavelmente maior. Essas mutações amplas no genoma são encontradas em todas as plantas GM analisadas e são maiores em número que as mutações produzidas por inserção de transgene. Estudos de 2005 confirmam que a produção de RNA, de proteínas e de metabólitos é significativamente influenciada por alterações induzidas pela cultura de tecido e um deles concluiu que a "variação somaclonal pode ser uma fonte substimada de variação composicional". Esses tipos de mutações, entretanto, não são avaliados em cultivos GM de alimentos comercialmente liberados.
Se a planta GM original é cruzada durante várias gerações com a linhagem parenteral ou outras linhagens, muitas (mas não todas) das mutações pequenas, na extensão do genoma, podem ser corrigidas. Não se conhece, entretanto, quantos cruzamentos foram conduzidos nos cultivos alimentares e quantas mutações persistem. Além disto, determinadas espécies de plantas são propagadas vegetativamente - elas não cruzam com outras plantas. Essas plantas poderiam reter um vasto número de mutações criadas durante o processo de transformação GM. A batata GM que estava no mercado são exemplos de cultivos GM propagados vegetativamente e que, portanto, apresentam riscos maiores como resultados.

continua....

Referência:

HEINEMANN et al. Submission on application A549 Food Derived....., 2005 in Smith Jeffrey M. - Roleta genética: riscos documentados dos alimentos transgênicos sobre a saúde. João de Barro Editora. São Paulo. 2009.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Desenvolver cultivos GM usando cultura de tecidos pode criar centenas ou milhares de mutações no DNA - parte I

Para criar uma planta GM, cientististas primeiro isolam e fazem crescer células da planta em laboratório, usando um processo conhecido como cultura de tecido. Depois que os transgenes são inseridos e os genes transformados são selecionados (por exemplo, usando antibióticos), eles usam cultura de tecido novamente, mas mudam o meio nutritivo no qual as células crescem. As novas condições facilitam a diferenciação, permitindo às células desenvolverem raízes e brotos. Quando prontas, são colocadas no solo e se desenvolvem como plantas. A cultura de tecidos pode ser usada uma terceira vez, para multiplicar uma única planta GM em muitas outras com DNA idêntico. Portanto, plantas GM são clones de uma única célula GM transformada.

O método de cultura de tecido para a propagação de plantas infelizmente resulta em mutações disseminadas ao longo de todo o genoma, chamadas de variação somaclonal. De fato, a cultura de tecidos é, algumas vezes, usada específicamente para criar mutações no DNA da planta, apesar dos mecanismos de como isso ocorre ainda não estarem claros. Alterações vçao de pequenas deleções ou mudanças de base, até translocações inteiras de cromossomos de uma região do DNA para outra. Essas mutações podem influenciar a altura, a resistência a doenças, o conteúdo de óleo, o número de sementes e muitas outras características do cultivo.

continua....

Referência:

HEINEMANN et al. Submission on application A549 Food Derived....., 2005 in Smith Jeffrey M. - Roleta genética: riscos documentados dos alimentos transgênicos sobre a saúde. João de Barro Editora. São Paulo. 2009.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Estudo demonstra viabilidade da agroecologia.

Matéria postada pela Escola Nacional de Saúde Pública demonstra que "As principais barreiras que limitam a expansão, tanto da oferta quanto da demanda, do mercado dos alimentos orgânicos foram as motivações para o desenvolvimento da tese de doutorado do economista Wagner Lopes Soares, no Programa de Saúde Pública e Meio Ambiente da ENSP. Além de defender que a agricultura orgânica é economicamente viável, ele avalia os efeitos positivos e negativos provocados pela utilização do agrotóxico; analisa a saúde do trabalhador rural de acordo com as características do uso de agrotóxico nos estabelecimentos rurais; e aponta alternativas econômicas e tecnológicas para sua eliminação, sempre que possível. Wagner foi orientado pelo pesquisador Marcelo Firpo, do Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (Cesteh/ENSP).

Leia a matéria na ENSP