quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Saúde conversa com população sobre agrotóxicos em supermercados

O Portal PLENÁRIO de Aracajú divulgou hoje que a  Diretoria de Vigilância Sanitária (Divisa), da Secretaria de Estado da Saúde (SES), trabalha para reduzir o consumo de agrotóxicos no estado.

“Eu só compro alimentos orgânicos. Vale a pena pagar um pouco mais caro, mas garantir a saúde”, disse Ezilda de Santana Santos, técnica de enfermagem, hoje a tarde em um supermercado da capital próximo ao viaduto do DIA.

As palavras de Zilda de Santana Santos refletem o resultado do trabalho da Secretaria de Estado da Saúde (SES), por meio da Diretoria de Vigilância Sanitária (Divisa), em reduzir o consumo de agrotóxicos no estado.

Em continuidade a esse trabalho, a Divisa foi até o supermercado conversar com os consumidores. A ação destacou os riscos dos agrotóxicos nos hortifrutigrangeiros e o consumo seguro de alimentos.

De acordo com a gerente de alimentos da Divisa, Rosana Barreto, a ação é de proteção à saúde da população. “Nós encontramos muitos alimentos com resíduos de agrotóxicos acima do permitido e, também, princípios ativos não autorizados. As consequências do consumo desses produtos são muitas, dentre elas dores de cabeça, alergia, além do câncer que pode ser causado nos trabalhadores rurais que manipulam essas substâncias”, disse.

A gerente de alimentos da Divisa também aconselha que os consumidores procurem produtos em lojas que mostrem a origem dos alimentos. “Por meio de uma página internet e pelo código da etiqueta, o consumidor pode conhecer a origem dos produtos que chegam até nossa loja”, explicou Renato Berber, gerente geral do supermercado.

O gerente do supermercado ainda destacou a importância da parceria. “Essa preocupação da Vigilância Sanitária é uma tendência do mercado e nós queremos ofertar produtos de qualidade para nossos clientes”, afirmou Renato Bereber.

“Essas parcerias com os supermercados servem para fomentar o trabalho educativo da Vigilância Sanitária. Agradecemos aos nossos parceiros pela ajuda em promover mais qualidade de vida para a população”, disse Silvio Santos, secretário estadual da Saúde.

Os impactos dos agrotóxicos na segurança alimentar e nutricional: contribuições do CONSEA


O Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional elaborou documento sobre os impactos dos agrotóxicos na Segurança Alimentar e Nutricional trazendo uma contribuição importante para nossa reflexão sobre as questões relacionadas a nossa segurança alimentar. 

A Presidente do Conselho, Maria Emília Lisboa Pacheco, traz em sua apresentação a informação de que  Brasil, desde 2008, mantém a preocupante posição de maior consumidor de agrotóxicos do mundo.

A realização do Direito Humano à Alimentação Adequada é incompatível com esse quadro. Consideramos que uma alimentação adequada e saudável significa “a realização de um direito humano básico com a garantia de acesso permanente e regular, de forma socialmente justa, a uma prática alimentar adequada aos aspectos biológicos e sociais dos indivíduos, de acordo com o ciclo de vida e as necessidades alimentares especiais, considerando e adequando quando necessário o referencial tradicional local. Deve atender aos princípios da variedade, qualidade, equilíbrio, moderação e sabor, às dimensões de gênero, etnia, e às formas de produção ambientalmente sustentáveis, livres de contaminantes físicos, químicos e biológicos e de organismos geneticamente modificados”, consoante uma das resoluções da III Conferencia Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional de 2007.

Por isso, o Consea decidiu colocar no centro de seus debates o modelo de produção de alimentos prevalecente no país: a monocultura exportadora baseada no uso intensivo de insumos agrícolas industrializados, com ênfase nos agrotóxicos. E propõe nesse momento uma Mesa de Controvérsias sobre os Impactos dos Agrotóxicos na Segurança Alimentar e Nutricional.

Fundamentalmente, esse debate pretende fazer ponderações sobre o alcance e a validade dos argumentos
subjacentes às ações públicas e privadas que contribuem para o Brasil ter uma participação tão significativa no mercado de agrotóxicos do mundo. 

As principais afirmações em tela são: (i) o clima e a dimensão da agricultura brasileira exigem o uso intensivo de agrotóxicos, de modo que o nível de agrotóxicos atualmente seria adequado e congruente como papel da agricultura na economia brasileira e mundial; (ii) alguns problemas podem ser identificados, todavia são resultado do mau uso de um instrumento necessário; logo, as políticas públicas não devem coibir o uso de agrotóxicos, mas apenas fiscalizar sua administração; (iii) ainda que se reconheça a existência de problemas, mesmo com o bom uso, a aplicação de veneno é um mal necessário sem o qual é impossível produzir alimentos em quantidade suficiente para alimentar, a preços acessíveis, a população brasileira e parcela significativa da população mundial; e (iv) eventuais restrições ao uso de “defensivos” desestruturaria a produção agrícola e resultaria no aumento dos preços dos alimentos, agravando a penúria dos grupos que ainda sofrem de fome no campo e na cidade.

O texto não se reporta a todas essas questões, porém, materializa a tentativa de, a partir dos documentos de posicionamento do Consea e das expressivas manifestações de participantes nas Conferências Nacionais de Segurança Alimentar e Nutricional, contribuir para a construção de respostas que embasem políticas públicas garantidoras de direitos – alimentação adequada e saudável, saúde, meio ambiente saudável, informação – e promotoras da Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional.



segunda-feira, 29 de outubro de 2012

A avaliação do impacto do uso de agrotóxico no meio ambiente e na saúde humana: o que pensa o estudante do Ensino Fundamental do Município de Bonito – PE?


RESUMO
O impacto do uso de agrotóxicos sem nenhuma proteção e informações sobre os produtos utilizados intensivamente na agricultura, onde os trabalhadores rurais têm sua principal fonte de renda, traz diversos problemas para a saúde humana. Por outro lado, quando usado de forma indevida ocorre danos a saúde e ao meio ambiente. Este trabalho teve como objetivo avaliar o impacto do uso de agrotóxico ao meio ambiente e a saúde humana por alunos do ensino fundamental da zona rural de Bonito – PE. A metodologia utilizada consistiu em aplicação de questionário e em seguida trabalhar a temática em sala de aula. Ao final, os alunos produziram cartilhas, gibis e codéis, os quais foram usados para sensibilizar a população quanto ao uso adequado dos agrotóxicos.


Relatório da Câmara dos Deputados relaciona agrotóxico a câncer em Unaí

Comissão de deputados diz que incidência de câncer é três vezes maior. Documento pede criação de estudo específico sobre uso de agrotóxicos.


Frei Gilvander Moreira diz que o que o motivou a sair de Belo Horizonte e ir até Unaí, a 580 km de distância, para gravar o vídeo, agora contestado na Justiça, foi sua relação afetiva com a cidade. Ele morou lá durante a infância, dos 4 aos 8 anos de idade. "Conheço a fundo a realidade do Noroeste de Minas, inclusive porque existe uma ordem dos Carmelitas lá em Unaí."
No vídeo polêmico, o frei entrevista uma moradora de Arinos, cidade vizinha a Unaí, dizendo que o feijão servido na merenda escolar está contaminado por agrotóxicos. A marca produtora do feijão entrou na Justiça alegando que foi difamada e o juiz da Comarca de Unaí determinou retirada do vídeo da internet em até cinco dias, sob pena de multa e prisão em flagrante do frei Gilvander e dos representantes legais do Google no Brasil.
Segundo o frei, o número de pessoas com câncer na região aumentou muito nos últimos anos. "É difícil encontrar uma família que não tenha algum parente que está com câncer ou morreu da doença. Eles vão de ônibus para Ribeirão Preto fazer tratamentos e agora, numa cidade com 80 mil habitantes, vão criar um Hospital de Câncer. Onde já se viu isso? É muito grave e estamos preocupados."
O que o levou a relacionar a incidência de câncer ao uso de agrotóxicos foi um estudo realizado pela Subcomissão Especial Sobre Uso de Agrotóxicos e Suas Consequências à Saúde, criada pela Comissão de Seguridade Social e Família, da Câmara dos Deputados, em 2011.
Ao final dos trabalhos, com vistorias in loco, a comissão, composta de seis deputados federais e seis suplentes, escreveu um relatório que concluiu: "A incidência de câncer em regiões produtoras de Minas Gerais, que usam intensamente agrotóxicos em patamares bem acima das médias nacional e mundial, sugere uma relação estreita entre essa moléstia e a presença de agrotóxico. Neste estado, na cidade de Unaí, esta sendo construído um Hospital de Câncer, em virtude da grande ocorrência desta doença na região. Segundo os dados apresentados na Ausculta Pública que realizamos nesse município, já estão ocorrendo cerca de 1.260 casos/ano/100.000 pessoas. A media mundial não ultrapassa 400 casos/ano/100.000 pessoas."
O relatório recomendou à Secretaria Geral da Presidência da República e ao Ministério da Casa Civil "que a União promova um estudo específico, por intermédio principalmente dos órgãos do Ministério da Saúde, sobre o uso dos agrotóxicos e suas consequências à saúde da população, principalmente na região de Unaí/MG, devido a constatação de um alto índice de casos de câncer nesta região e ser uma região onde ocorre também um intenso consumo de agrotóxicos".
Também resultou em um projeto de lei, de autoria do deputado mineiro Padre João (PT), que quer criar um monitoramento permanente sobre as condições dos agrotóxicos do país. O projeto foi apresentado em plenária em agosto e continua em tramitação.
Para ler mais notícias do G1 Minas Gerais, clique em g1.globo.com/mg. Siga também o G1Minas Gerais noTwitter e por RSS.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Agrotóxicos

Raquel Rigotto

Desde a Antiguidade clássica agricultores desenvolvem maneiras de lidar com insetos, plantas e outros seres vivos que se difundem nos cultivos, competido pelo alimento. Escritos de Romanos e Gregos mencionavam o uso de certos produtos como o  arsênico e o enxofre para o controle de insetos nos primórdios da agricultura. A partir do século XVI registra-se o emprego de substâncias orgânicas como a nicotina e o piretros extraídos de plantas na Europa e EUA.

Entretanto, há cerca de 60 anos, o uso de agrotóxicos vem se difundindo intensamente na agricultura, e também no tratamento de madeiras, construção e manutenção de estradas, nos domicílios e até nas campanhas de saúde pública de combate a malária, doença de chagas, dengue, etc (Silva et al, 2005).  Esta escalada inicia-se a partir da segunda metade  do século XX, quando pesquisadores e empreendedores de países industrializados prometiam, através de um conjunto de técnicas, aumentar estrondosamente a produtividade agrícola e resolver o problema da fome nos países em desenvolvimento. Conformava-se a chamada Revolução Verde, como modelo de produção racional, voltado à expansão das agroindústrias, com base na  intensiva utilização de sementes híbridas, de insumos industriais (fertilizantes e agrotóxicos),  mecanização da produção, uso extensivo de tecnologia no plantio, na irrigação e na colheita,  assim como no gerenciamento (Moreira, 2000). 

Findas as grandes guerras, foi um caminho encontrado pelas indústrias de armamentos para manter os grandes lucros; assim, os materiais explosivos transformaram-se em adubos sintéticos e nitrogenados, gases mortais em agrotóxicos, e os tanques de guerra em tratores (Fideles, 2006).

No Brasil, o Plano Nacional de Desenvolvimento Agrícola – PNDA, lançado em 1975, incentivava e exigia o uso de agrotóxicos, oferecendo investimentos para financiar estes “insumos” e também ampliar a indústria de síntese e formulação no país, passando de 14 fábricas em 1974 para 73 em 1985 (Fideles, 2006).

Uso de agrotóxicos e os danos à saúde humana são tema de palestra em Pato Branco - PR

 Diário do Sudoeste 
 Dayanne do Nascimento
 Publicado em 26 de Outubro de 2012, às 07h50

Integrando a 1ª Semana Estadual de Saúde e Segurança no Trabalho, as regionais das secretarias estaduais do Trabalho e da Saúde de Pato Branco, promoveram na manhã desta quinta-feira (25), uma palestra com o sanitarista da Secretaria de Saúde do Paraná (Sesa), Alfredo Benatto. 


Ele apresentou a palestra sobre “O uso de agrotóxicos e a saúde humana”, onde trouxe à tona os danos causados à saúde humana, pelo uso dos defensivos agrícolas. Em sua fala, Benatto apresentou as principais empresas que dominam o mercado de agrotóxico e o quanto o sistema agrícola brasileiro é dependente dos defensivos para ter rentabilidade. “Hoje os produtores tem uma grande dependência econômica à essa tecnologia, apesar dela ser extramente impactante para toda a sociedade”, comentou. 

De acordo com ele, os riscos do contato com os defensivos agrícolas vão desde uma intoxicação alimentar leve, em que as pessoas geralmente confundem e acham que o mal estar foi causado por alguma outra coisa, que não o agrotóxico, à doenças mais graves, como o próprio câncer de mama. O profissional defende também, que as equipes médicas não estão preparadas para identificar nas pessoas, as consequências causadas pelos agrotóxicos. “Os médicos não tem qualificação suficiente em toxicologia, até porque eles não recebem um treinamento na universidade de forma mais aprofundada e então tem dificuldade para fazer o diagnóstico”, comentou. 

Paraná 

Outro dado que o profissional apresentou, é que o Brasil é um dos maiores países do mundo a consumir defensivos agrícolas e o Paraná, no ranking nacional, está como o terceiro, entre os estados que mais utiliza esses produtos em suas lavouras. “A média nacional de consumo de defensivos é de 5 kg por habitante, a nossa aqui no Paraná é de 12 kg por habitante. É como se a gente estivesse comendo 12 kg de veneno por ano”, afirmou. Segundo Benatto, a única maneira de transformar essa realidade seria mudar o modelo agrícola brasileiro, conscientizar a população que o melhor caminho é o da agroecologia, a qual ajudaria a preservar a saúde ambiental e a das pessoas.

Estive no dia 24 de outubro em Francisco Beltrão na Unioeste onde fiz, também, uma palestra que está postada na página da Assessoar com o seguinte título:

Debate sobre os efeitos dos agrotóxicos sobre a saúde humana reúne mais de 350 pessoas na UNIOESTE

10 passos para evitar surpresas desagradáveis no bufê - Vida e Cidadania - Gazeta do Povo

A Gazeta do Povo traz essa boa reportagem sobre como escolher bem um restaurante se você se alimenta rotineiramente fora de casa, vale a leitura.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Pesticidas matam abelhas e prejudicam polinização

Do Estadão OSLO - O Estado de S.Paulo
Pesticidas estão matando abelhas operárias e prejudicando sua alimentação, conclui estudo na revista Nature que mostra que essas colônias, vitais para a polinização, têm maior probabilidade de sucumbir na presença dessas substâncias. A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que um terço de todos os alimentos de origem vegetal dependem da polinização das abelhas. Cientistas têm se preocupado com a queda do número de abelhas em tempos recentes, principalmente na América do Norte e na Europa. Pesquisadores britânicos expuseram, por quatro semanas, colônias formadas por 40 abelhas mamangava - maiores que as abelhas de mel comuns - aos pesticidas neonicotinoide e piretroide. No grupo exposto, dois terços das abelhas se perderam (morreram ou não retornaram). No grupo controle, apenas um terço se perdeu. Além disso, as abelhas que receberam os pesticidas só conseguiram colher cerca de metade do pólen em comparação com as outras abelhas. Os achados ressaltam a importância de testes mais amplos, para assegurar que os pesticidas não atinjam também as abelhas. / REUTERS Veja no Estadão