quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Uso de agrotóxico sobe 20% no Paraná

Deu na Gazeta do Povo

Entre 2008 e 2011, quantidade utilizada do insumo chegou a 96,1 milhões de quilos. Alerta, segundo Ipardes, é para os possíveis prejuízos à saúde
Publicado em 19/12/2013 | FELIPPE ANÍBAL

As lavouras paranaenses estão recebendo um volume maior de agrotóxicos. Entre 2008 e 2011, enquanto a área plantada permaneceu estável, a quantidade do insumo pulverizada nas plantações do estado aumentou 20,3%. O consumo total chegou a 96,1 milhões de quilos, média de 9,6 quilos de defensivos por hectares ao ano. O avanço na aplicação do produto e os prejuízos diretos e indiretos à saúde são os principais alertas da publicação “Indicadores de Desenvolvimento Sus­tentável”, divulgada ontem pelo Ipardes.
O mapeamento mostra que o cenário é mais preocupante nas regiões Central e Oeste do estado. Na área da bacia hidrográfica do Piquiri (Centro-Oeste), por exemplo, foram usados 19,3 milhões de quilos, mais de 20% dos agrotóxicos aplicados no estado.

Além de receberem o maior volume do insumo (chegando a 14,1 quilos por hectare ao ano), as lavouras dessas regiões são pulverizadas com concentrações consideráveis dos produtos classificados como “extremamente tóxicos”.

INFOGRÁFICO: Veja o avanço tóxico nos mapas
O indicador revela que “onde há maior consumo de agrotóxico, a atividade dominante é a agricultura intensiva, com predomínio das culturas de soja e milho”.
“Há produtores que não têm uma prática de manejo equilibrada. Na primeira praga, já é feita uma grande pulverização. É uma questão nada sustentável”, aponta a coordenadora do estudo, Ana Cláudia Müller.
Risco à saúde
O estudo estabelece um vínculo direto entre o uso intensivo de agrotóxicos e os agravos à saúde dos paranaenses. As intoxicações causadas por esse tipo de insumo se concentraram justamente nas áreas onde a pulverização é maior. Por exemplo, enquanto a média de intoxicações no Paraná é de sete pessoas por 100 mil habitantes, na área da bacia do Paraná 2 (no Oeste) o índice chega a 53,5 por 100 mil.
O Ipardes também relaciona as pulverizações excessivas às ocorrências de neoplasia. Três mapas mostram que os novos casos de câncer de mama, de próstata e de leucemia tendem a se concentrar onde as aplicações de agrotóxicos são mais intensas. “Se você botar um mapa do lado do outro, você vai ver que é a mancha é mais significativa onde tem mais agrotóxico”, observa Ana Cláudia.
O estudo destaca ainda que os mais afetados pelos efeitos tóxicos são os trabalhadores do setor agrícola, mas assinala que os perigos se estendem até o consumidor dos produtos que receberam o insumo. “Por isso mesmo, o próprio Ministério da Saúde estima que, para cada evento de intoxicação por agrotóxico notificado, há outros cinquenta casos não notificados”, informa o relatório.
Autoridades demonstram preocupação
O avanço dos agrotóxicos sobre as lavouras paranaenses gerou preocupação entre autoridades que participaram do lançamento do estudo. Para o secretário de Estado de Meio Ambiente, Luiz Eduardo Cheida, os indicadores devem servir como base para políticas públicas. Mas ele vê com urgência a necessidade de uma mudança de paradigma, principalmente no que diz respeito ao uso indiscriminado de defensivos.
“Festejamos que somos campeões na produção de grãos, mas temos pagado um alto preço por isso. Somos os campeões também de casos de câncer de fígado e de pâncreas. Não é mera coincidência. Ou abrimos os olhos e mudamos esse roteiro econômico, ou vamos colher esses dados cada vez piores”, disse o secretário.
Em contrapartida, Cheida afirmou que a secretaria deve ampliar o estímulo ao uso de adubos orgânicos e ao consumo e produção de alimentos orgânicos. “Em média, a cada 15 minutos, surge um novo caso de câncer no Paraná. De nada adianta termos bons indicadores econômicos, se a gente gasta horrores com saúde”, acrescentou.
O deputado estadual Ras­ca Rodrigues (PV) também lamentou o aumento da aplicação de agrotóxicos no Paraná e lembrou que a questão já havia sido diagnosticada. “Muitos dos problemas do momento, como o uso inconsequente dos agrotóxicos, já haviam sido alertados em um primeiro estudo. Com ele, o poder público poderá se antecipar aos problemas e desenvolver soluções com mais eficiência”, avaliou.
A reportagem entrou em contato com a Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef), mas o porta-voz da entidade participava de uma reunião e não pôde se pronunciar.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Uso excessivo de agrotóxicos mata milhões de abelhas em SP

Do Portal G1

É o 2º ano seguido que o município de Gavião Peixoto enfrenta o problema.
Apicultores da região registraram boletim de ocorrência e aguardam laudo.













Milhões de abelhas morreram na última semana em Gavião Peixoto, no interior de São Paulo, pelo segundo ano consecutivo. Segundo os apicultores, o uso excessivo de agrotóxicos seria a principal causa do problema.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Estudo encontra expressivos níveis de substância cancerígena no arroz brasileiro

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O “celeiro do mundo” está enfrentando problemas com expressivos níveis de arsênio no alimento mais comum de seu povo. Um estudo recente encontrou altos níveis de arsênio no arroz brasileiro. A pesquisa foi motivada por estudos similares que encontraram altos níveis de arsênio em arroz de outros países, incluindo a China, Bangladesh e os Estados Unidos.
O arsênio é uma conhecida substância cancerígena e pode causar alterações no corpo humano, levando a doenças vasculares, diabetes e câncer de bexiga e pele, entre outros. Segundo o pesquisador, o nível médio de arsênio encontrado em amostras de arroz brasileiro que examinou foi de 222 nanogramas por grama de arroz.
“Em especial o arroz integral apresentou maiores concentrações, pois, em geral, o arsênio pode se acumular no farelo”, explica o autor da pesquisa Bruno Lemos Batista, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.
Uma das principais razões para a presença de arsênio é o uso de agrotóxicos que poluem o solo e a água, diz Batista.
Necessidade de controle
Com o aumento de arsênio inorgânico (forma mais tóxica de compostos de arsênio) em carne e grãos em todo o mundo, muitos estão pedindo regulamentações mais claras sobre a quantidade de arsênio permitido em alimentos.
The European Food and Safety Authority (EFSA) aconselha que o consumo diário de arsênio seja limitado entre 0,3 a 8 micro gramas por quilo de peso corporal. No ano passado, um grupo de congressistas dos Estados Unidos introduziu uma legislação para limitar a quantidade de arsênio permitido em arroz e seus produtos.

Leia mais em Blog: Tudo sobre plantas

Morango lidera ranking paranaense dos alimentos com mais agrotóxicos

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O Governo do Estado divulgou nesta segunda-feira (11) o relatório sobre os índices de agrotóxicos encontrados em frutas, legumes e verduras comercializadas no Paraná. De acordo com a análise de 54 amostras de alimentos, 13 apresentaram índices de resíduos de agrotóxicos em desacordo com os parâmetros da Vigilância Sanitária, o que representa 24% do total.

O relatório aponta ainda que morango foi o alimento que mais apresentou amostras insatisfatórias, com 71,4% de produtos irregulares. Ou seja, das sete amostras de morango coletadas, cinco estavam fora dos padrões aceitáveis e poderiam trazer riscos à saúde das pessoas que os consumissem. 

Das amostras de morango em desacordo, somente 20% foram produzidas no Estado do Paraná. O restante foi produzido nos Estados de Minas Gerais e São Paulo. Por isso, a Secretaria Estadual da Saúde do Paraná informou as Vigilâncias Sanitárias dos respectivos Estados para que tomem as providências cabíveis. Já para os produtos de origem paranaense, a Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento está notificando os produtores rurais para a regularização da situação. 

Veja mais no site da Secretaria de Estado da Saúde





sábado, 9 de novembro de 2013

Agrotóxicos: Abrasco pede avaliação ao Procurador Geral da República

7 de novembro de 2013

 Confira a Nota da Abrasco, enviada ao Procurador Geral da República Rodrigo Janot, para que seja avaliada a pertinência de ajuizar uma ação direta de inconstitucionalidade contra a Lei 12.873/13, de 24 de outubro de 2013, e do Decreto 8.133, de 28 de outubro de 2013, junto ao STF, pelos motivos expostos a seguir:

 A Associação Brasileira de Saúde Coletiva recebeu com indignação a publicação da Lei 12.873/13, de 24 de outubro de 2013, e do Decreto 8.133, de 28 de outubro de 2013, pelos motivos que passa a expor:

 1) A sociedade brasileira, após pesados anos de ditadura, teve os direitos individuais, sociais, coletivos e difusos garantidos na Constituição Federal. A proteção à saúde, à alimentação e ao meio ambiente mais do que um direito coletivo e difuso que beneficia a todos os habitantes do Brasil é, também, um legado solidário da presente para as futuras gerações. Assim estabelece a Constituição de nossa República Federativa, ao incumbir à coletividade e ao Poder Público, o dever de garantir o direito humano à alimentação adequada e saudável, controlar métodos, técnicas e substâncias que acarretem riscos à vida, à saúde e ao meio ambiente.

 2) Dentre as substâncias que comportam riscos para a vida, a saúde, o meio ambiente e provocam insegurança alimentar e nutricional encontram-se os produtos agrotóxicos cujos efeitos atingem a todos indiretamente e, de maneira mais intensa, as populações mais vulneráveis do nosso País: trabalhadores rurais, populações indígenas, quilombolas, ribeirinhos, e os consumidores de alimentos que vivem nas cidades. A contaminação por agrotóxicos ocorre não apenas de forma direta e violenta, como no caso da pulverização de uma escola em Rio Verde-GO, mas principalmente de maneira invisível, por meio de resíduos presentes na água de abastecimento, em rios, lençóis freáticos e águas subterrâneas, em alimentos contaminados e no ambiente como um todo. É o que demonstra, a cada ano, a divulgação dos resultados de monitoramentos da presença de agrotóxicos, como o Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA) coordenado pela Anvisa e o resultado das análises de água de abastecimento coordenados pelo Departamento de Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador do Ministério da Saúde. Os efeitos das contaminações nem sempre são imediatos, se manifestam ao longo dos anos ou nas futuras gerações sob a forma de doenças crônicas e de problemas de reprodução. Para contaminações por agrotóxicos persistentes não há limite de propriedade, seus efeitos se espalham nas comunidades e nos territórios vizinhos e ao longo de toda a cadeia alimentar.

 3) Criteriosas avaliações prévias ao uso dos produtos agrotóxicos foram objeto de preocupação dos legisladores constituintes, que não só instituíram a obrigação do controle administrativo como também promulgaram a Lei 7.802/89, que estabelece em seus comandos a avaliação triparte dos agrotóxicos por parte dos órgãos da agricultura, da saúde e do meio ambiente, cada um em suas áreas de competência. A Lei 12.873/13 e o Decreto 8.133/13 infringem os preceitos constitucionais, ao possibilitar a introdução no País de agrotóxicos sem as devidas avaliações de risco/perigo ao ambiente, à alimentação e à saúde; desrespeitam uma conquista histórica da sociedade brasileira de ter preservado o direito à qualidade de vida e ao meio ambiente e de ser solidária às futuras gerações; ignora o espírito precaucionário imprimido na Constituição Federal e na Lei de Agrotóxicos, ao prever que a anuência de importação, produção, comercialização e uso serão concedidas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) sem as avaliações prévias dos órgãos com expertise nas áreas da saúde e do meio ambiente. Em não havendo a avaliação prévia por quem tem a expertise para isso, o próprio cumprimento das proibições estabelecidas na Lei 7.802/89, e mantidas na 12.873/13, resta prejudicado e impossível de ser atendido em sua plenitude.

 4) A Lei 12.873/13 e o Decreto 8.133/13 possibilitam a PRODUÇÃO em território brasileiro de agrotóxicos sem a avaliação adequada dos seus riscos à saúde e ao ambiente, expondo tanto os trabalhadores do campo como os trabalhadores nas fábricas. Além disso, essa Lei e esse Decreto possibilitam a instalação de empreendimentos para a produção de agrotóxicos que não foram objeto de licenciamento ambiental. Na ocasião da licença ambiental, todos os produtos que serão produzidos ou formulados necessitam ter a anuência da administração, pois, a depender do processo de síntese de cada produto, outros riscos podem estar envolvidos, tais como: geração de efluentes, emissão de gases e poeiras, dentre outras formas de contaminação, que necessitam de controles ambientais específicos e adequados.

 5) O Decreto 8.133/13 estabelece que o MAPA enviará cópia das autorizações concedidas de modo que os Ministérios da Saúde e do Ambiente tomem as medidas necessárias para minimizar os riscos das populações expostas. Como os Ministérios da Saúde e do Meio Ambiente poderão adotar as providências de minimização de riscos se eles próprios não avaliaram o produto? Como minimizar riscos se não existem estudos do produto que considerem as situações edafo-climáticas (as relações entre as plantas, os solos e os climas) específicas do Brasil? Como prever efeitos ou impactos?

 6) Atualmente, são necessários quatro estudos de resíduos feitos em locais ou em safras diferentes para que sejam representativos das condições climáticas brasileiras, pois o volume de chuvas, a temperatura, a umidade do ar e outros fatores climáticos podem influenciar a quantidade de resíduos remanescentes nas culturas tratadas. O Decreto 8133/13 prevê a adoção dos limites estabelecidos pelo Código Alimentar da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (Codex Alimentarius) ou, na ausência de limites estabelecidos pelo Codex, a transposição dos limites de resíduos estabelecidos em outros países para as condições brasileiras, sem qualquer segurança aos consumidores das culturas tratadas, uma vez que inexistirão estudos em território brasileiro que avaliem estes agrotóxicos.

 Devido a isso tudo, a ABRASCO requer que a Administração Pública reveja sua posição acerca da Lei 12.873/13 e torne sem efeito o Decreto 8.133/13, respeitando as determinações constitucionais de que todos os produtos agrotóxicos sejam devidamente avaliados pelos órgãos competentes de saúde e de meio ambiente, e conclama o Ministério Público Federal à defesa dos direitos coletivos difusos à saúde e ao ambiente violentado por esta Lei e seu Decreto.

 Rio de Janeiro, novembro de 2013.
 Luis Eugenio Souza - Presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva
 Maria Angélica Medeiros - Coordenadora do GT Alimentação de Nutrição em Saúde Coletiva
Geraldo Lucchese - Coordenador do GT Vigilância Sanitária
Jorge Mesquita Machado - Coordenador do GT Saúde do Trabalhador
Fernando Carneiro - Coordenador do GT Saúde e Ambiente

quarta-feira, 29 de maio de 2013

RN adota rastreamento de agrotóxicos em 25 produtos Publicação: 29 de Maio de 2013 às 00:00

Da Tribuna do Norte


A Associação dos Supermercados do Rio Grande do Norte (Assurn) reuniu produtores e distribuidores de  legumes, frutas e verduras para debater detalhes do Programa de Rastreamento e Monitoramento de Agrotóxicos (Rama), lançado de forma pioneira em outubro de 2012. O objetivo do programa é garantir que o consumidor compre produtos de qualidade. A qualidade de 25 produtos alimentícios comercializados em 100 lojas de supermercados instaladas no Estado está sendo monitorada, desde o ano passado, permitindo que o consumidor saiba a procedência dos alimentos que compra. O Rio Grande do Norte foi o primeiro estado do Brasil a adotar essa medida.
Alex RégisO rastreamento funciona através de um código que revela a origem e os dados de agrotóxicos
O rastreamento funciona através de um código
que revela a origem e os dados de agrotóxicos

De acordo com o empresário Thomas Eckcshmidt, responsável pelo software de desenvolvimento agrícola utilizado pelos empresários potiguares, o índice de contaminação por agrotóxico dos legumes, frutas e verduras comercializados no RN caiu em relação ao ano passado. “O objetivo é monitorar esses índices e cobrar uma ajuste por parte do distribuidor e consequentemente do produtor. É uma tomada de responsabilidade de todos os agentes da cadeia. Isso representa uma oportunidade de melhorar a cadeia produtiva do estado, garantindoum produto de maior qualidade para o consumidor”, explica  Eckcshmidt.

Dados divulgados pela Anvisa em  outubro de 2012 indicaram que 25% desse tipo de alimento consumido no Estado estava irregular, sendo o pimentão, morango, cenoura e abacaxi os campeões de resíduos no Rio Grande do Norte. O tema foi discutido durante toda a tarde de ontem durante o 1º Fórum de Produtores e Distribuidores para Supermercados. Para o presidente da Assurn, Edmilson Marques, esse é um momento importante para buscar mais adesões ao programa. “Queremos dar foco no programa e fazer com que todos integrantes da cadeia tomem conhecimento dele. Mais de 100 lojas já aderiram ao programa, mas é preciso mais”, disse. O vice-presidente da Assurn, Eugênio Medeiros, destaca que o principal benefício é a oferta de produtos com mais qualidade.

O Rama rastreia e monitora o uso de agrotóxicos nas frutas, verduras e legumes, garantindo a segurança do consumidor em estar comprando produtos de qualidade. Os produtos passam a vir com um código de rastreamento que revelará ao distribuidor a identificação da origem e os dados de agrotóxicos.

Para participar do Programa de Rastreamento e Monitoramento de Agrotóxicos, os fornecedores terão um custo de 1 centavo por Kg entregue a cada supermercado. Já os supermercados terão um custo avaliado de acordo com o número de caixas (check-out) existentes no estabelecimento. “Dessa forma, o investimento passa a ser proporcional ao tamanho do supermercado”, explica Edmilson Marques.

O produtor e exportador de mamão José Luiz Ribeiro é favorável ao programa, mas faz algumas ressalvas. “É muito importante para regular o produtor que atua sem muitas regras, pretendo aderir, mas é preciso estudar as situações particulares, como no meu caso, que já possuo certificação de órgãos nacionais e internacionais”, disse.

Declínio da biodiversidade atinge produção de gado e plantio, diz ONU

Do Portal da UOL

Declínio na diversidade de plantas cultivadas e em rebanhos de gado ganha ritmo, ameaçando o futuro abastecimento de alimentos para a crescente população do mundo, disse o diretor do novo painel das Nações Unidas sobre a biodiversidade nesta segunda-feira (27).
Preservar espécies de animais e plantas negligenciadas é necessário, já que elas poderiam ter genes resistentes a doenças futuras ou a mudanças no clima para temperaturas mais quentes, secas mais severas ou chuvas mais fortes, disse Zakri Abdul Hamid.
"A perda da biodiversidade está acontecendo mais rápido e em todos os lugares, até mesmo entre os animais de fazenda", disse Zakri em uma conferência com 450 especialistas em Trondheim, na região central da Noruega, em seu primeiro discurso como presidente fundador do Painel de Biodiversidade da ONU (Organização das Nações Unidas).
Muitas raças tradicionais de vacas, ovelhas ou cabras têm caído em desuso, muitas vezes porque produzem menos carne ou leite do que novas raças. A globalização significa também que as preferências alimentares das pessoas se estreitam a menos plantas.
Zakri afirmou que havia 30 mil plantas comestíveis, mas que apenas 30 culturas representavam 95% da energia na alimentação humana, que é dominada por arroz, trigo, milho, painço e sorgo.
Ele disse que era "mais importante do que nunca ter um grande reservatório genético para permitir que os organismos resistam e se adaptem a novas condições". Isso ajudaria a garantir alimento para uma população mundial que deve atingir 9 bilhões até 2050, ante 7 bilhões agora.
Zakri observou que a FAO, a Organização para a Alimentação e Agricultura das Nações Unidas, estimou no ano passado que 22% das raças de gado do mundo estão em risco de extinção. Isso significa que há menos de mil animais de cada raça.
As extinções de alguns animais domesticados e plantas acontece em conjunto com a aceleração da perda de espécies selvagens causadas por fatores como o desmatamento, a expansão das cidades, a poluição e a mudança climática, disse ele.
Irene Hoffmann, chefe da divisão de recursos genéticos animais da FAO, disse que 8% das raças de gado já estão extintas.
Muitos países começaram programas de criação para espécies raras de gado, de lhamas a porcos. Alguns congelaram embriões ou mesmo células-tronco que poderiam ser utilizados em clonagens, disse ela.

Ogm, Senato approva all'unanimità la clausola di salvaguardia


Ogm, Senato approva all'unanimità la clausola di salvaguardia

Si tratta di una norma, prevista dalla direttiva Ue del 2001 e già applicata da vari paesi, che dà la possibilità a uno Stato di vietare sul proprio territorio la coltivazione di colture transgeniche nel caso si profilino rischi per la salute o per l'ambiente. Ora tocca ai ministeri di Agricolutra, Ambiente e Salutedi ANTONIO CIANCIULLO

Ogm, Senato approva all'unanimità la clausola di salvaguardia
ROMA -  Il Senato ha approvato all'unanimità un ordine del giorno per la difesa dell'agricoltura italiana dagli ogm che ribadisce la necessità di adottare la cosiddetta clausola di salvaguardia. Si tratta di una norma, prevista dalla direttiva europea del 2001 e già applicata da vari paesi, che dà la possibilità a uno Stato di vietare sul proprio territorio la coltivazione di colture transgeniche nel caso si profilino rischi per la salute o per l'ambiente. 

La battaglia per l'applicazione della clausola di salvaguardia era stata lanciata dalla Fondazione diritti genetici sulla piattaforma change. org e avevano ottenuto 7 mila adesioni in poche settimane. Ora la palla passa ai tre ministeri interessati (Agricoltura, Ambiente, Salute) che, per mettere in atto l'indicazione di Palazzo Madama, dovranno  emanare un decreto interministeriale che consenta l'applicazione della clausola di salvaguardia. "Il voto favorevole alla mozione, che ha visto convergere i capigruppo di tutti i partiti, accoglie la volontà già espressa da tutte le Regioni italiane, dai produttori, dai consumatori e dai firmatari della petizione", ha dichiarato Mario Capanna, presidente della Fondazione diritti genetici. 

Il testo approvato dal Senato impegna il governo a potenziare la ricerca scientifica pubblica in materia agricola e a "rafforzare la già efficace opera di monitoraggio e controllo posta in essere con il coinvolgimento del corpo forestale dello stato, per evitare la contaminazione tra colture geneticamente modificate e non e per controllare l'eventuale presenza di sementi transgeniche non autorizzate".

Soddisfatto il mondo agricolo. "Il patrimonio agroalimentare nazionale è considerato un valore indiscusso in tutto il mondo e gli elementi che ne determinano il successo devono essere considerati adeguatamente. Sono convinta che l'agricoltura italiana abbia bisogno di fare leva sui suoi punti di forza e che quindi la coltivazione di ogm non possa essere di aiuto al nostro sistema, che si fonda in primo luogo sulla qualità e non sulla quantità", ha dichiarato il ministro delle Politiche agricole Nunzia De Girolamo. Sulla stessa posizione anche la Confederazione italiana agricoltori: "La clausola di salvaguardia contro gli ogm è essenziale per tutelare la nostra agricoltura diversificata e di qualità: non abbiamo bisogno di prodotti transgenici".

Matéria posta em La Republica.it

sexta-feira, 19 de abril de 2013

“Viúvas do Veneno”

O Diário do Nordeste de Fortaleza informa que no primeiro dia da série de reportagem denominada  “Viúvas do Veneno”, publicada no dia 18 de abril de 2013, causou espanto e preocupação dos leitores e autoridades com a contaminação por agrotóxicos. A história de intoxicação e morte, contada a partir do relato das viúvas de trabalhadores rurais, gerou reflexão nas redes sociais, órgãos ligados ao meio ambiente e na Assembleia Legislativa do Estado. Enquanto isso, tem início hoje a Semana Zé Maria do Tomé, em Limoeiro do Norte, de protestos contra uso de agrotóxicos e os três anos do crime impune que vitimou o líder comunitário e ambientalista. Amanhã, tem sequência a série especial no Caderno Regional.

Maria da Conceição é viúva de Valderi Rodrigues, morto após intoxicação. O Diário do Nordeste acompanhou o agricultor até a morte. Foto: waleska santiago

“Essa reportagem ajuda a consolidar a questão sobre o uso de agrotóxicos em nosso Estado. Quando o jornal se propõe a discutir esse assunto, está colocando também na pauta de discussão da sociedade”, afirma Paulo Henrique Lustosa, presidente do Conselho de Políticas e Gestão do Meio Ambiente. 

A entidade reconhece que o acompanhamento jornalístico exclusivo, desse assunto pelo Diário do Nordeste, tem servido de pauta nas reuniões do Grupo de Trabalho, criado ao final de 2011, envolvendo o setor de agronegócio, de agricultura familiar, fabricantes de venenos e os órgãos públicos responsáveis pela fiscalização e regulamentação do comércio.

“Regulamentação, orientação dos trabalhadores, fiscalização e destinação correta das embalagens. A nossa prioridade é o não-uso de agrotóxicos, mas quando isso não é possível, tentamos que isso aconteça da melhor forma possível”, afirma o presidente do Compam.

Foi o Caderno Regional que levantou as primeiras denúncias envolvendo contaminação na Chapada do Apodi, em Limoeiro do Norte. As denúncias de famílias com a aplicação de agrotóxicos, em 2004, foi o primeiro momento jornalístico, que culminou nesta série “Viúvas do Veneno”.

Fac-símile da primeira parte da série jornalística especial que acompanha casos de vítimas em Estados do Nordeste. Amanhã segue a segunda parte

Apuração
Durante sete meses, o repórter Melquíades Júnior debruçou-se na pesquisa até reunir as principais fontes: mulheres que acompanharam os últimos anos ao lado de trabalhadores com intoxicação crônica por veneno. Alguns personagens eram acompanhados pela reportagem durante os últimos anos de vida, como o caso de Valderi Rodrigues, abordado no primeiro dia da série jornalística.

Com a repórter fotográfica Waleska Santiago e o motorista Welton Serpa, a equipe de reportagem ainda percorreu, aproximadamente, 6 mil quilômetros entre os Estados de Ceará, Paraíba, Pernambuco e Bahia.

Em São Paulo, foram feitas entrevistas com as principais autoridades do agronegócio e representantes de empresas fabricantes de veneno.

“Sabíamos tratar-se de um tema polêmico, controverso e delicado, envolvendo grupos de mercado e a sociedade, então tivemos a preocupação ainda maior com a nossa responsabilidade jornalística na pesquisa e na apuração. Além dos relatos das famílias, tivemos acesso autorizado a prontuários médicos, estudos científicos em todo o País e documentos judiciais”, explica Melquíades Júnior, que há sete anos acompanha a problemática do uso indiscriminado de agrotóxicos.

O presidente da Federação Cearense dos Trabalhadores Rurais (Fetraece), Moisés Bras, elogiou o primeiro dia da série, ressaltando tratar-se de um alerta. “Com essa abordagem, a sociedade irá refletir tanto sobre a desinformação de muitos assalariados rurais quanto ao uso incorreto desses produtos como os altos investimentos feitos no incentivo ao comércio de venenos. Às vezes há interesses políticos mais preocupados com os negócios do que a saúde desses trabalhadores”, afirma Moisés.

O deputado estadual Dedé Teixeira defendeu, na Assembleia Legislativa, que “é preciso enfrentar com responsabilidade a questão dos agrotóxicos como uma necessidade urgente por parte de autoridades, empresas, pequenos e grandes produtores. Não se discute a importância do aumento da produtividade das lavouras brasileiras, mas há de se estabelecer um limite para o uso dessas substâncias, muitas delas proibidas em outros países e largamente utilizadas aqui”, apontou. O advogado Claudio Silva, militante de Direitos Humanos na área de justiça ambiental, comenta que ao valer-se de rigorosas fontes e bases científicas e acadêmicas, “a reportagem adentra no assunto inquietante e que deve mobilizar toda a sociedade cearense”.

A repercussão da primeira parte da série “Viúvas do Veneno” também prolongou-se durante todo o dia de ontem na Fanpage do Diário do Nordeste. “Assim caminha a humanidade, entre esses e outros absurdos. A nossa realidade, diante da morosidade da Justiça, é triste e cruel”, afirmou a administradora hospitalar Karoline Soares.

LEIA MAIS NO DIÁRIO DO NORDESTE

segunda-feira, 8 de abril de 2013

REGULAMENTO TÉCNICO PARA ROTULAGEM DE PRODUTOS HORTÍCOLAS in natura a granel e embalados e hortícolas minimamente processadas, no Estado do Paraná


REGULAMENTO TÉCNICO PARA ROTULAGEM DE PRODUTOS HORTÍCOLAS in natura a granel e embalados e hortícolas minimamente processadas, no Estado do Paraná está em consulta púbica por 60 dias a contar da data de sua publicação no site da Secretaria de Estado da Saúde do Paraná.

Deve-se considerar um grande avanço no processo de segurança alimentar, buscar-se  mediante o uso de instrumentos de identificação da cadeia produtiva a origem dos alimentos "in natura" que foram submetidos a exposição aos agrotóxicos uma vez que remanescem resíduos tóxicos à saúde da população em geral.

Com normalização desta natureza poder-se-á  avançar na diminuição do uso e do uso inadequado deste produtos tóxicos à saúde humana e ambiental.

O endereço para acesso a consulta pública é:

 http://www.sesa.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=2944


quinta-feira, 14 de março de 2013

Lagarta foge do milho transgênico e se adapta a soja e algodão


Abaixo encontra-se texto publicado na página da Cãmara Setorial da soja dizendo dos malefícios da lagarta helicoverpa que se alimentava de milho. O bicho migrou para soja e algodão em função do uso de milho trangênico BT. 

" – É a questão da resistência de pragas, principalmente lagartas no milho, caso da helicoverpa, que está migrando para a soja porque o inseticida BT natural, que é transgênico e está no milho, não está controlando essa lagarta. Ela é muito agressiva, é muito feroz. Também ataca o algodão, e migrou agora para a soja – fala o diretor técnico da Associação Brasileira dos Produtores de Grãos Não Geneticamente Modificados (Abrange), Ivan Paghi."

Veja mais 

Estudos realizados por dois anos com ratos alimentados com milho geneticamente modificado cultivados com roundup e sem roundup (glifosato) demonstraram que todas os animais do sexo feminino morreram de 2 a 3 vezes mais e mais rapidamente do que os animais do mesmo sexo da população de controle. 

As fêmeas desenvolveram grandes tumores mamários e os machos apresentaram congestões hepáticas e necroses de 2,5 a 5,5 superiores aos animais de controle. 
Nefropatias, alterações hormônios sexuais, deficiências na hipófise, deficiências renais significativas dentre outros achados,  são os resultados dos estudos realizados por Gilles-Eric Séralini, da Universidade de Caen, na França que  foi publicado em uma das mais importantes revistas científicas internacionais de toxicologia alimentar, a Food and Chemical Toxicology.

Leia o artigo na Food and Chemical Toxicology.

sexta-feira, 1 de março de 2013

TCU autoriza auditoria na Anvisa

O Tribunal de Contas da União (TCU) fará auditoria operacional na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) com objetivo de avaliar a efetividade dos procedimentos de controle adotados para emissão do Informe de Avaliação Toxicológica (IAT), que é um dos requisitos para que um agrotóxico possa ser comercializado no Brasil. A decisão atende a solicitação da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural do Congresso Nacional. O requerimento da comissão tomou por base denúncias de ex-servidor da Anvisa segundo as quais pelo menos sete produtos agrotóxicos foram liberados sem a devida avaliação toxicológica, mediante falsificações de assinatura ou desaparecimento de processos em situação irregular. O relator do processo, ministro Walton Alencar Rodrigues, destacou a importância econômica, social e ambiental que a utilização de agrotóxicos representa para o Brasil, já que o país assumiu o posto de maior mercado mundial de defensivos agrícolas. “Os agrotóxicos são hoje um problema mundial de saúde pública. Segundo estimativa da Organização Mundial de Saúde (OMS), doenças causadas por tais substâncias são responsáveis por 63% das 57 milhões de mortes declaradas no mundo em 2008, e por 45,9% do volume global de doenças”, observou Alencar. A auditoria mapeará os processos envolvidos na emissão dos IATs, a fim de identificar riscos e oportunidades de melhoria.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Faep e CNA dizem que Monsanto foi além de acordo

Faep e CNA dizem que Monsanto foi além de acordo

Quantas e quantas vezes informamos na rádio, televisão, em palestras em aulas, em escritos, em conversas, etc.. que a Monsanto chegaria neste estágio aqui no Brasil. Em todos os momentos estes que agora orientam os agricultores a não assinarem os termos com a Monsanto nos difamaram, nos desautorizaram, falaram cobras e lagartos a nosso respeito. O tempo como disse um exonerado presidente da república é o senhor da verdade, ai está a materialidade de nossos argumentos passados.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Os impactos dos AGROTÓXICOS na Segurança Alimentar e Nutricional: Contribuições do CONSEA


O Brasil, desde 2008, mantém a preocupante posição de maior consumidor de agrotóxicos do mundo. A realização do Direito Humano à Alimentação Adequada é incompatível com esse quadro. Consideramos que uma alimentação adequada e saudável significa “a realização de um direito humano básico com a garantia de acesso permanente e regular, de forma socialmente justa, a uma prática alimentar adequada aos aspectos biológicos e sociais dos indivíduos, de acordo com o ciclo de vida e as necessidades alimentares especiais, considerando e adequando quando necessário o referencial tradicional local. Deve atender aos princípios da variedade, qualidade, equilíbrio, moderação e sabor, às dimensões de gênero, etnia, e às formas de produção ambientalmente sustentáveis, livres de contaminantes físicos, químicos e biológicos e de organismos geneticamente modificados”, consoante uma das resoluções da III Conferencia Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional de 2007.

Por isso, o Consea decidiu colocar no centro de seus debates o modelo de produção de alimentos prevalecente no país: a monocultura exportadora baseada no uso intensivo de insumos agrícolas industrializados, com ênfase nos agrotóxicos. E propõe nesse momento uma Mesa de Controvérsias sobre os Impactos dos Agrotóxicos na Segurança Alimentar e Nutricional.

Fundamentalmente, esse debate pretende fazer ponderações sobre o alcance e a validade dos argumentos subjacentes às ações públicas e privadas que contribuem para o Brasil ter uma participação tão significativa no mercado de agrotóxicos do mundo. As principais afirmações em tela são: (i) o clima e a dimensão da agricultura brasileira exigem o uso intensivo de agrotóxicos, de modo que o nível de agrotóxicos atualmente seria adequado e congruente como papel da agricultura na economia brasileira e mundial; (ii) alguns problemas podem ser identificados, todavia são resultado do mau uso de um instrumento necessário; logo, as políticas públicas não devem coibir o uso de agrotóxicos, mas apenas fiscalizar sua administração; (iii) ainda que se reconheça a existência de problemas, mesmo com o bom uso, a aplicação de veneno é um mal necessário sem o qual é impossível produzir alimentos em quantidade suficiente para alimentar, a preços acessíveis, a população brasileira e parcela significativa da população mundial; e (iv) eventuais restrições ao uso de “defensivos” desestruturariaa produção agrícola e resultaria no aumento dos preços dos alimentos, agravando a penúria dos grupos que ainda sofrem de fome no campo e na cidade.

O texto não se reporta a todas essas questões, porém, materializa a tentativa de, a partir dos documentos de posicionamento do Consea e das expressivas manifestações de participantes nas Conferências Nacionais de Segurança Alimentar e Nutricional, contribuir para a construção de respostas que embasem políticas públicas garantidoras de direitos – alimentação adequada e saudável, saúde, meio ambiente saudável, informação – e promotoras da Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional.

Aos leitores e leitoras desejo uma excelente e proveitosa discussão na Mesa de Controvérsias sobre os agrotóxicos.

Maria Emília Lisboa Pacheco
Presidenta do Consea
Brasília - setembro de 2012

Acesse o documento na íntegra aqui.