sábado, 15 de maio de 2010

Desenvolver cultivos GM usando cultura de tecidos pode criar centenas ou milhares de mutações no DNA - parte II

Continuação:

Em alguns casos, as células que sofrem cultura de tecido e modificação genética terão, significativamente, mais mutações amplas no genoma do que células apenas desenvolvidas por cultura de tecido. Não está claro por que a inseração de gene tem esse efeito, mas cientistas especulam que o efeito decorra, em parte, de inserções mal sucedidas ou inserções de pequenos fragmentos de DNA do plasmídeo GM; tais inserções, algumas vezes, são dispersas ao longo de todo o genoma. Algumas mutações também podem ser devidas à soma de estresse por infecção por agrobactérias, biobalística ou exposição a antibióticos.

Em conjun to, o processo de inserção de genes, combinado com cultura de tecido, tipicamente resulta em centenas ou até mesmo milhares de mutações, incluindo pequenas deleções, substituições, inserções ou grandes rearanjos cromossômicos no código genético. As alterações são imensas. Dois estudos sugerem que 2%-4% dos segmentos de DNA de amostras de tecido, escolhidos aleatoriamente, eram diferentes dos controles não-GM. Além disso, estimativas baseiam-se em métodos de detecção que podem deixar escapar muitas mutações, tais como curtas deleções e inserções e a maioria das substituições de pares de bases. Portanto, o grau real de dano ao gene é provavelmente maior. Essas mutações amplas no genoma são encontradas em todas as plantas GM analisadas e são maiores em número que as mutações produzidas por inserção de transgene. Estudos de 2005 confirmam que a produção de RNA, de proteínas e de metabólitos é significativamente influenciada por alterações induzidas pela cultura de tecido e um deles concluiu que a "variação somaclonal pode ser uma fonte substimada de variação composicional". Esses tipos de mutações, entretanto, não são avaliados em cultivos GM de alimentos comercialmente liberados.
Se a planta GM original é cruzada durante várias gerações com a linhagem parenteral ou outras linhagens, muitas (mas não todas) das mutações pequenas, na extensão do genoma, podem ser corrigidas. Não se conhece, entretanto, quantos cruzamentos foram conduzidos nos cultivos alimentares e quantas mutações persistem. Além disto, determinadas espécies de plantas são propagadas vegetativamente - elas não cruzam com outras plantas. Essas plantas poderiam reter um vasto número de mutações criadas durante o processo de transformação GM. A batata GM que estava no mercado são exemplos de cultivos GM propagados vegetativamente e que, portanto, apresentam riscos maiores como resultados.

continua....

Referência:

HEINEMANN et al. Submission on application A549 Food Derived....., 2005 in Smith Jeffrey M. - Roleta genética: riscos documentados dos alimentos transgênicos sobre a saúde. João de Barro Editora. São Paulo. 2009.

Nenhum comentário: