quarta-feira, 29 de junho de 2011

“Todo dono de bar sabe que o cliente tem sempre razão”.

Ministro Wagner Rossi quer que frigoríficos brasileiros cumpram as exigências russas já que o mercado da carne representa um volume de negócios da ordem de US$ 4 bilhões.

O ministro criticou aqueles que contestam as exigências sanitárias de países compradores de produtos agropecuários brasileiros.

“Estou louco de tanto ouvir técnicos dizendo que não é possível que peçam isso ou aquilo. Como não podem? Eles podem pedir o que quiserem. Temos que atender aos nossos clientes, temos que ter um mercado maduro. Todo dono de bar sabe que o cliente tem sempre razão”, nos informa o Globo rural em matéria postada, ontem 28/06.

Uma missão brasileira estará em Moscou, na Rússia, na próxima segunda-feira (04/07), para negociar o fim do embargo às exportações de carne, imposto a 85 frigoríficos do Paraná, Rio Grande do Sul e de Mato Grosso. A informação foi dada pelo ministro da Agricultura, Wagner Rossi. A suspensão foi anunciada no início do mês de junho e entrou em vigor no dia 15.

“Me reunirei nesta quarta feira (29/06) com membros da missão para falarmos sobre a viagem e as negociações. Quero que cumpram o dever de casa e apresentem o que os russos pedirem”, disse Rossi. Segundo ele, dos 210 frigoríficos nacionais habilitados a exportar para a Rússia antes do início dos embargos, 140 estarão na lista que será entregue pelos representantes do governo brasileiro, na próxima semana, como cumpridores de todas as exigências impostas pelos russos. “Os demais [frigoríficos] terão de se adequar”, disse.

Com essa crítica o Ministro da Agricultura e Pecuária vai à Rússia negociar fim do embargo à carne.

Espera-se que tome todas às providências necessárias para uma total reformulação setor responsável por estas questões dentro da pasta que dirige. Que entenda que não só o mercado externo deve ser visto com os devidos cuidados e cumprimento de responsabilidades como, também, o mercado interno, para que a carne que é consumida por nós brasileiros consiga chegar em nossa mesa com garantias sanitárias de inocuidade biológica e química..

Neste sentido o Programa Nacional de Monitoramento de Resíduos deve ser revisto e atualizado, assim como o departamento do Ministério da Agricultura e Pecuária – MAPA que é o responsável pelas Drogas Veterinárias deve sofrer uma reformulação total de pessoal e de conceitos. Conceitos estes que devem ser norteados pela técnica e ciência e não por outros interesses.

As drogas veterinárias possuem avaliação feita somente pelo MAPA deixando de lado a Agência Nacional de Vigilância Sanitária que deveria ter participação expressiva na avaliação destas substâncias químicas, já que muitas delas podem trazer sérias conseqüências a saúde humana e ambiental, como os são os antibióticos, os produtos utilizados para o controle de ectoparasitas e endoparasitas.

O pensamento do setor continua o mesmo desde a década de 70,embasado em conceitos técnicos daquela época, sendo assim, não é possível conviver mais com coisas passadas e retrógradas.

O mundo que compra do Brasil, já avançou o suficiente para analisar e tomar providências imediatas – como no caso em questão – quando a presença de resíduos de drogas veterinárias ou de venenos definem os rumos da comercialização. Não adiantará nada ficar tentando acusar de os paises compradores de utilizarem de argumentos sanitários com "outros interesses", pois se aqui as regras técnico-científicas fossem cumpridas, não haveriam choradeiras.

Como já citei em postagem no início deste mês, de nada vai adiantar continuar “tapando o sol com peneira”. O esforço deve conjunto entre os entes governamentais que possuem responsabilidade na questão, os empresários do setor que devem, também, entender, como diz o Ministro, quem compra define as regras e assim buscar investimentos capazes de colocar nossa indústria em patamares competitivos onde a seguraça alimentar seja a tônica dos negócios.

É assim que deve ser.

Lamentos por não cumprimento de obrigações é coisa de criancinha ou de quem acredita que sempre a impunidade garantirá sua falta de responsabilidade.


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