domingo, 12 de dezembro de 2010

Fórum debate agrotóxicos em frutas e verduras


Da: Tribuna do Norte

Isaac Ribeiro - repórter

Viver é correr riscos. Viver bem e melhor é saber se livrar deles. Até mesmo na hora de buscarmos uma alimentação mais saudável estamos correndo perigo. Ao colocarmos uma porção de salada no prato podemos, na verdade, estar nos servindo de uma boa dose de substâncias nocivas. O Brasil é hoje o maior consumidor de agrotóxicos do mundo. Segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola, apenas ano passado foram comercializadas mais de 700 toneladas de produtos tóxicos no país, movimentando US$ 6,62 bilhões.


E para onde vai todo esse montante tóxico? Para o nosso organismo! Sem contar que essas substâncias têm um forte impacto nos ecossistemas e no solo.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) está alerta ao problema e desde 2001 monitora os níveis de agrotóxicos nos alimentos, principalmente em frutas, verduras, legumes, hortaliças e grãos. Para tanto, regulamenta ações através do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos (PARA), presente em todos os estados.

Na última quarta-feira, a Subcoordenadoria de Vigilância Sanitária reuniu representantes de várias entidades, órgãos e do empresariado do ramo para debater as ações do PARA e apresentar seus métodos e resultados obtidos desde sua criação. E entre tantas indagações e pontos de vistas apresentados, um fato é unânime: é preciso haver uma maior integração para se obter ainda mais resultados satisfatórios nessa área. Nossa saúde agradece!

Fórum debate agrotóxicos em frutas e verduras

Rio Grande do Norte é um dos estados com mais controle sobre a origem dos alimentos analisados com relação a substâncias tóxicas

Durante o 1º Fórum de Discussões Sobre o Programa Estadual de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos, realizado na última quarta-feira, no auditório da Procuradoria Geral de Justiça do RN, o gerente geral de Toxicologia da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Carlos Alexandre Oliveira Gomes, declarou que o Rio Grande do Norte é um dos estados brasileiros com mais controle sobre a rastreabilidade na produção das amostras de alimentos analisados quanto a incidência de produtos tóxicos em seu manejo.

Segundo Carlos Alexandre, o estado conhece, hoje, a origem de 80% das frutas, verduras, legumes e hortaliças comercializados em seu comércio local. “O trabalho está bem avançado nessa área, mas mesmo assim não pode deixar a peteca cair. É preciso avançar sempre mais.”

Em plano nacional, a Anvisa rastreia a origem das amostras analisadas na seguinte proporção: 3% dos produtos têm origem não identificada; 5% vêm de fabricantes e embaladores; 27% são de produtores e associações; e 65% têm origem na Ceasa e em distribuidores.

Durante o evento, o representante da Associação de Supermercados do RN, Eugênio Parcelle, também apresentou alguns dados relativos à incidência de agrotóxicos em amostras analisadas no Estado. De acordo com ele, 75% delas apresentaram níveis satisfatórios e 25% com algum nível de contaminação.

Ele revelou também o fato de estado importar praticamente tudo o que consome em termos de produtos agrícolas.

Eugênio lamentou a ausência de representantes da Ceasa durante o fórum, pois é por lá que circula grande parte dos produtos agrícolas à venda no atacado e no varejo. “Os atacadistas compram diretamente dos produtores. Já os supermercados não têm essa relação”, comenta. “Nós precisamos buscar caminhos para avaliar os produtos antes de chegar até o consumidor. Não faz sentido ter resultado apenas depois de trinta dias, quando o consumidor já tiver ingerido os produtos contaminados.”

Para Parcelle, é preciso haver uma integração maior entre produtores, Ceasa e supermercados para que a questão seja discutida e sejam encontradas formas de garantir a segurança dos alimentos. A representante da Secretaria Estadual de Saúde, Celeste Maria Rocha Melo considera ser preciso avançar além dos fóruns de discussões e fazer com que as Vigilâncias Sanitárias do interior do Estado se envolvam mais. “Pois é lá que as Visas sabem quem é o produtor, pois estão mais próximos deles.”

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