domingo, 9 de agosto de 2009

Aspectos gerais e diagnóstico clinico laboratorial da intoxicação por paraquat

Gabriela Cristina Schmitt1; Clóvis Paniz1;

Denise Grotto1; Juliana Valentini1; Karen Lilian Schott1;
Valdeci Juarez Pomblum2; Solange Cristina Garcia3


Resumo

O paraquat, herbicida amplamente utilizado na agricultura, é um produto perigoso, pois pode causar intoxicações fatais, principalmente pela falta de antídoto eficaz para reversão do quadro clínico. Fisiopatologia: Os efeitos toxicológicos são decorrentes da indução ao estresse oxidativo. O órgão-alvo principal é o pulmão, que pode apresentar edema, hemorragia, inflamação intersticial e fibrose, culminando com falência respiratória grave e morte. Além disso, é nefrotóxico, hepatotóxico, miotóxico e neurotóxico. Tratamento: Além de visar a diminuição da absorção e estimular a excreção do paraquat absorvido, o tratamento da intoxicação atualmente é baseado em medidas que diminuam o estresse oxidativo utilizando substâncias antioxidantes e, conseqüentemente, revertam o quadro toxicológico instalado, especialmente o pulmonar. Métodos diagnósticos: Entre as metodologias quantitativas disponíveis, os métodos cromatográficos são os mais relatados para materiais biológicos. Porém, a eletroforese capilar e os imunoensaios podem ser utilizados. Os imunoensaios destacam-se pela praticidade laboratorial, pois os cromatográficos e eletroforéticos não são encontrados comumente em laboratórios hospitalares. Por outro lado, uma reação simples e rápida de caracterização urinária com ditionito de sódio é muito realizada, pois é preditiva na suspeita de intoxicações agudas. Conclusão: Diante do alto potencial de morbimortalidade nas intoxicações por paraquat, a reversão dos danos pulmonares com uso de antioxidantes vem sendo muito estudada, porém não há o estabelecimento de um antídoto específico. No diagnóstico laboratorial, métodos cromatográficos, eletroforéticos e imunológicos são usados para quantificá-lo, contudo a reação
urinária com ditionito ainda é valiosa na rotina da toxicologia clínica.
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1. Farmacêuticos-bioquímicos do Laboratório de Toxicologia (LATOX), Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
2. Professor-doutor em Medicina, Departamento de Clínica Médica da UFSM.
3. Professora-doutora em Farmácia, Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas da UFSM


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