sábado, 30 de maio de 2009

Aprovadas as Instruções Normativas para regulamentação da Produção Orgânica

A Revista Eletrônica Portal Orgânico traz matéria sobre a aprovação das as Instruções Normativas que tratam das Normas Técnicas para a Obtenção de Produtos Orgânicos Oriundos a Partir do Extrativismo Sustentável Orgânico; do Regulamento Técnico para o Processamento, Armazenamento e Transporte de Produtos Orgânicos; e dos Mecanismos de Controle e Informação da Qualidade Orgânica.

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quarta-feira, 27 de maio de 2009

Revista Bem Público Alerta - Estrogenio, um perigo no plástico

No corpo da revista a publicação alerta para um perigo que ronda os recipientes de plástico. Em contato com a água quente, estes recipientes liberam estrogênio, hormônio que, em doses elevadas, provoca distúrbios no organismo humano, segundo pesquisa desenvolvida na Universidade de Cincinnati, nos EUA. “Em mulheres, a exposição a estrógenos é o principal fator de risco para o desenvolvimento de câncer de mama e útero”, diz a matéria da “Bem Público”.

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8ª Jornada de Agroecologia reúne 4 mil participantes em Francisco Beltrão

Cerca de 4.000 pessoas devem estar em Francisco Beltrão a partir desta quarta-feira (27) até sábado (30). Agricultores, camponeses, trabalhadores rurais, pesquisadores, engenheiros agrônomos, ecologistas e estudantes de várias áreas, delegação de agricultores do Paraguai e representantes africanos e cubanos participam da 8ª Jornada de Agroecologia.

Rádio Vaticano: DOM BIERNASKI EXPLICA JORNADA DE AGROECOLOGIA. OUÇA!

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CRIANÇAS SÃO USADAS PARA DIFUNDIR AGROTÓXICOS

O jornalista Dioclécio Luz faz uma séria denúncia de que aqui no Paraná é desenvolvida uma experiência incomum de propaganda e estímulo ao uso de agrotóxicos. Denuncia que os professores da rede pública ensinam as crianças do meio rural a usarem os pesticidas. Isto acontece dentro de uma farsa: aparentemente as crianças estão participando de um programa de educação ambiental onde se aborda a questão da saúde, meio ambiente e até cidadania. Na verdade, elas estão sendo doutrinadas para no futuro se tornarem consumidoras de agrotóxicos. Uma exótica parceria entre o Governo do estado do Paraná e as indústrias fabricantes de agrotóxicos garante a doutrinação sistemática das crianças.

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Mais uma pesquisa associa agrotóxicos ao aumento do risco de desenvolvimento da doença de Parkinson

[Por Henrique Cortez, do EcoDebate] Uma nova pesquisa [Dopamine transporter genetic variants and pesticides in Parkinson's disease], publicada na Environmental Health Perspectives, demonstra que a exposição a dois agrotóxicos (maneb e paraquat) comumente utilizados nos EUA podem aumentar o risco de desenvolvimento da doença de Parkinson, principalmente em pessoas que possuem predisposição genética.

De acordo com os pesquisadores a doença de Parkinson pode se desenvolver nas pessoas que, em seus cérebros, tenham níveis de dopamina inferiores ao normal. No entanto, sem a exposição aos agrotóxicos maneb e paraquat, isto não seria suficiente para aumentar o risco. A ação combinada da exposição aos agrotóxicos e a predisposição genética, por outro lado, podem aumentar em até 5 vezes o risco.

Os resultados confirmam as conclusões de uma outra recente pesquisa [Parkinson's Disease and Residential Exposure to Maneb and Paraquat From Agricultural Applications in the Central Valley of California] que também indicou a exposição aos agrotóxicos maneb e paraquat como fator de risco de desenvolvimento da da doença de Parkinson. Esta pesquisa foi discutida na nossa matéria “
Pesquisa relaciona a exposição a agrotóxicos com o aumento do risco de desenvolvimento da doença de Parkinson“, de 25/04/2009.

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terça-feira, 26 de maio de 2009

DOW quer soja transgênica resistente a herbicida 2,4-D como alternativa aos problemas causados pela soja da Monsanto tolerante ao glifosato.

####POR UM BRASIL LIVRE DE TRANSGÊNICOS####


Uma matéria publicada no jornal Gazeta Mercantil em 18 de maio informa que a Dow AgroSciences, subsidiária da americana Dow Chemical, vai entrar no mercado brasileiro de sementes de soja transgênica com uma nova variedade tolerante à aplicação de herbicidas. O pedido para testes de campo já foi encaminhado à Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio).A matéria não informa especificamente a qual herbicida a nova soja será tolerante. O diretor de sementes e biotecnologia da empresa apenas informa que “serão novos eventos tolerantes aos auxínicos, um regulador de crescimento que quando aplicado em doses adequadas atua como um herbicida”.A Dow é fabricante o herbicida 2,4-D, um herbicida auxínico considerado muito mais tóxico do que o glifosato (também tóxico).Curiosamente, a pauta da 123a reunião ordinária da CTNBio, onde consta o pedido para liberação planejada (teste de campo) para esta soja, também não informa a qual herbicida ela é tolerante. Genericamente, diz apenas “soja geneticamente modificada tolerante a herbicidas”.Entretanto, um boletim da Frente Parlamentar da Agropecuária informou, em 05 de fevereiro último, sobre a solicitação da Dow à CTNBio para conduzir testes de campo com soja transgênica tolerante ao 2,4-D.O “lançamento” desta soja tolerante ao 2,4-D é um escândalo! Todos sempre souberam que o uso intensivo de glifosato nas monoculturas de soja transgênica provocaria o desenvolvimento de mato resistente ao herbicida. À época da liberação da soja transgênica no Brasil, alertamos exaustivamente que isto já estava ocorrendo nos países que já cultivavam soja transgênica havia mais tempo, o que estava levando os agricultores a procurar herbicidas mais antigos e mais tóxicos como o 2,4-D.A empresa e a CTNBio estão agora tentando “disfarçar” que a nova soja é tolerante ao 2,4-D justamente porque sabem que este herbicida é extremamente tóxico!
Para se ter uma idéia, o glifosato, cujos males ao meio ambiente e à saúde humana vêm sendo alerdeados aos quatro ventos, é classificado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) como de “Classe Toxicológica IV - Pouco Tóxico”. Já o 2,4-D é um herbicida “Classe I - Extremamente Tóxico”.O 2,4-D é um dos dois componentes do famoso “agente laranja”, desfolhante utilizado na Guerra do Vietnam que provocou milhares de casos de cânceres, leucemias e patologias neurológicas, além do nascimento de bebês com deficiências físicas e mentais. A fórmula soja transgênica + glifosato representa um desastre para os agricultores e uma ameaça à saúde dos consumidores (amplamente descrita no livro Roleta Genética, de Jeffrey Smith). E todos sabiam que sua eficácia agronômica duraria poucos anos. Substituí-la por outro pacote tecnológico muito mais nocivo para resolver os problemas causados pelo primeiro seria um crime sem precedentes das autoridades da CNTBio, que sabem, tanto como nós, dos efeitos devastadores que uma produção como estas em larga escala poderá provocar.

Disponível em http://www.aspta.org.br/por-um-brasil-livre-de-transgenicos/boletim/boletim-441-15-de-maio-de-2009

Com informações de:

Gazeta Mercantil, 18/05/2009.
Boletim da Frente Parlamentar da Agropecuária, 05/02/2009.
http://www.fpagropecuaria.com.br/index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=409&Itemid=63

Pauta da 123a. Reunião Ordinária da CTNBio:

http://www.ctnbio.gov.br/upd_blob/0001/1117.doc

Água Virtual - o que é isso?

Todos os dias nos surpreendemos com a nossa ignorância. Eu jamais tinha pensado sobre isto: ÁGUA VIRTUAL. O que é isto? De modo geral poder-se-ia dizer que é toda água consumida na produção agrícola e industrial. Será só isto? E isto é muito ou é pouco? O artigo abaixo e o documento editado pelos pesquisadores do assunto do Núcleo de Estudos de População (Nepo), da Unicamp, trazem um pouco de luz sobre o tema.
"Através do cálculo da quantidade de água que se utiliza para a produção de commodities (água virtual), pesquisadores do Núcleo de Estudos de População (Nepo), da Unicamp, podem entender melhor como funciona o comércio internacional entre os países que possuem escassez e os que possuem abundância de recursos hídricos. Trata-se de uma perspectiva inédita no gerenciamento de recursos hídricos que foi publicada no artigo Água Virtual: O Brasil como grande exportador de recursos hídricos, apresentado no XVI Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos, que aconteceu no final do ano passado em João Pessoa, na Paraíba.

A partir desse conceito, os pesquisadores sabem o quanto de água virtual os países exportam ou importam e encontrar maneiras sustentáveis da utilização deste recurso. Segundo Roberto Luiz do Carmo, pesquisador do Nepo, sociólogo e doutor em demografia, o Brasil é um grande exportador de água virtual através da soja e da carne bovina. Em média, cada quilo de soja exige dois mil litros de água para ser produzido. Já o quilo da carne bovina exige 43 mil litros de água. Neste cálculo entram não só a água consumida diretamente pelo animal, que varia de 50 a 60 litros por dia, mas também a água utilizada na produção da alimentação do gado".
Este texto foi publicado pela

Associação de Medicina dos EUA pede moratória para alimentos transgênicos.

A Academia Americana de Medicina Ambiental divulgou documento com posição sobre os alimentos geneticamente modificados, afirmando que “os produtos transgênicos representam um sério risco a saúde”, ao mesmo tempo em que pede uma moratória imediata.Citando vários estudos realizados com animais, a Academia dos EUA conclui: “Há mais do que uma associação casual entre os alimentos transgênicos e os efeitos adversos à saúde”.No documento, a Academia ainda alerta: “Os alimentos geneticamente modificados representam um risco nas áreas da toxicologia, alergias, funções imunológicas, saúde reprodutiva, metabolismo, fisiologia e saúde genética.”A Academia pede por:Uma moratória sobre os alimentos geneticamente modificados, implementação de testes de segurança de longo prazo imediatos e etiquetação dos alimentos transgênicos.Que médicos alertem seus pacientes, a comunidade médica e o público para que evitem os alimentos geneticamente modificados.Que os médicos considerem o papel dos alimentos geneticamente modificados nas doenças de seus pacientes.Mais estudos independentes de longo prazo que comecem a juntar dados para investigar o papel dos alimentos transgênicos na saúde humana.“Vários estudos em animais mostraram que os alimentos geneticamente modificados causam danos a vários sistemas orgânicos no corpo. Com essa evidência volumosa, é necessário ter uma moratória sobre os alimentos transgênicos para a segurança de nossos pacientes e do público”, diz o médico Amy Dean, chefe do Paraná e membro do Conselho da Academia nos EUA.“Os médicos estão provavelmente vendo os efeitos em seus pacientes, mas precisam saber como fazer as perguntas certas”, diz a médica Jennifer Armstrong, presidente da Academia. “Os alimentos geneticamente modificados mais comuns que são consumidos na América do Norte são a soja, milho, canola e óleo de algodão”.O comunicado da Academia sobre alimentos geneticamente modificados pode ser encontrado em http://aaemonline.org/gmopost.html. A Academia é uma associação internacional de médicos e outros profissionais dedicados a mostrar os aspectos clínicos da saúde ambiental. Mais informações são disponíveis em http://www.aaemonline.org./

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Análise da sustentabilidade da agricultura da Região Metropolitana de Curitiba - Paraná.

Manoel Baltasar Baptista da Costa

RESUMO
O presente trabalho tem por objetivo qualificar e avaliar os impactos causados por distintos padrões de agricultura na Região Metropolitana de Curitiba – RMC, que no início da pesquisa era composta por 25 municípios nas esferas social, ecológica e econômico-financeira, assim como apontar alternativas passíveis de minimizar ou superar os problemas identificados. São focalizados o modelo agrícola e o padrão tecnológico predominante na agricultura da região, caracterizada por uma crescente tecnificação, especialização, capitalização e dependência externa de germoplasma melhorado para altas produtividades, insumos e energia. A avaliação da “sustentabilidade” da agricultura da RMC é discutida com base nos pressupostos da agroecologia e em um referencial analítico sistêmico. A análise fundamenta-se em dados censitários, documentos e trabalhos que retratam a evolução do setor, na avaliação das políticas e ações públicas implementadas nas últimas 4,5 décadas, em entrevistas a especialistas sobre questões abordadas no trabalho, e em pesquisa empírica.

Lei proíbe agrotóxico DDT em todo o país

Brasília, 20 de maio de 2009 - 10h40

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou na última sexta-feira (15) a Lei nº 11.936/09, proveniente do projeto de lei (PLS 416/99) do senador Tião Viana (PT-AC), que proíbe a fabricação, a importação, a exportação, a manutenção em estoque, a comercialização e o uso de diclorofeniltricloroetano – DDT, no Brasil.
Tanto a Anvisa quanto a Secretaria de Vigilância em Saúde do Mistério da Saúde manifestaram-se favorável à aprovação do PL. O DDT é um agrotóxico altamente persistente no meio ambiente e na cadeia alimentar, além de possuir características carcinogênicas e de alteração endócrina.
No Brasil, o DDT teve sua retirada do mercado em duas etapas: em 1985, teve sua autorização cancelada para uso agrícola; e em 1998, foi proibido para uso em campanhas de saúde pública. “A nova medida irá acabar com os produtos estocados de forma obsoleta e tornará definitiva a proibição deste perigoso agrotóxico para todo e qualquer uso no país”, ressalta o gerente de toxicologia da Anvisa, Luis Claúdio Meirelles.
De acordo com a lei assinada pelo presidente, todos os estoques de DDT deverão ser incinerados em um prazo de 30 dias. Além disso, o governo deve realizar, em dois anos, estudo de avaliação do impacto ambiental e sanitário causado pelo uso de DDT, para controle de seus efeitos.

Informações: Ascom/Assessoria de Imprensa da Anvisa

quarta-feira, 20 de maio de 2009

O QUE AONTECE NA ARGENTINA É QUASE UM EXPERIMENTO EM MASSA

Quando realizei meus estudos de mestrado na Unicamp com a dissertação: Sistemas de informação em saúde nas intoxicações por agrotóxicos no Brasil: situação atual e perspectivas, o glifosato, principio ativo do Roundup foi o produto que mais intoxicações produziu no perído estudado.

Para disseminar a soja transgênica a empresa Monsanto usou de propaganda dirigida aos agricultores induzindo-os a acreditar que usando sementes trangênicas eles depois diminuiriam a quantidade de veneno a ser utilizada durante o período de produção da soja. NÃO É O QUE VEM ACONTECENDO MUITO MENOS O QUE ACONTECEU.

Aqui no Paraná a Secretaria da Agricultura e Abastecimento vem acompanhando o aumentos dos níveis de resíduos de glifosato e seu metabólito o AMPA desde 2002 que, pode ser acessado no endereço:
http://www.transgenicos.pr.gov.br/uploads/c88a8370-0bfd-4f1f.pdf.

Há tempos que vários estudiosos apontam os problemas ambientais e de saúde humana produzidos pelo glifosato, contrariando o marketing da Monsanto, que sempre afirmou que seu produto era o mais. Vale aqui lembrar que não existe veneno seguro, todos são tóxicos e muito tóxicos.

No dia 05/05/2009 mais uma notícia. O Professor André Carrasco, embriologista da Argentina em entrevista para o jornalista Darío Aranda com tradução de Moisés Sbardelotto, sob o título: “O que acontece na Argentina é quase um experimento em massa”, demonstra os efeitos deletérios sobre embriões humanos do glifosato que pode ser acessado no endereço:


http://www.unisinos.br/_ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=21986

A pergunta que fica com relação ao uso de veneno é sempre a mesma e já faz tempo, até quando Srs. Ministros??? Até quando Srs. Governadores???? Até quando Srs. Prefeitos, até quando Sr. Presidente ????? vamos ter que engolir os venenos da ditadura sem que nossos direitos de cidadãos sejam respeitados.

PERFIL EPIDEMIOLÓGIGO DAS INTOXICAÇÕES POR AGROTÓXICOS NOTIFICADAS NO ESTADO DE MATO GROSSO NO PERÍODO DE 2001 A 2004

A utilização intensiva de agrotóxicos é um problema sócio ambiental historicamente condicionado pelo modelo de desenvolvimento adotado no Brasil ,com sérias repercussões para a da saúde da população. O estabelecimento dos riscos aos quais estão expostos trabalhadores e população é etapa primordial ao planejamento de ações de vigilância á saúde e ambiente. As intoxicações agudas e crônicas geradas por exposição aos agrotóxicos, não resultam de uma simples relação entre o produto e a pessoa exposta. A diversidade de estudos, ainda inconclusivos, quanto à ação dessas substâncias no homem e meio ambiente; volume e variedade de ativos circulantes no mercado nacional e mundial; o crescimento do setor agroindustrial; os incentivos governamentais ao aumento da produção agrícola e ser a agroindústria o setor que mais emprega no país traduzem a complexidade dos determinantes desta relação. No estado de Mato Grosso, cuja economia é predominantemente agrícola, persiste uma carência de estudos epidemiológicos nesta área e apesar da implantação do SINAN – Iagro (Sistema Nacional de Notificações- Intoxicações por Agrotóxicos), não há um perfil epidemiológico traçado das intoxicações por agrotóxicos e tão pouco uma proposta de monitoramento das mesmas.


GONZAGA, Andréa Maria.
Perfil das intoxicações por agrotóxicos notificadas no Estado de Mato Grosso no período de 2001 à 2004/Andréa Maria Gonzaga; orientação Profª Dra. Vera Lúcia Guimarâes Blank. Florianópolis, 2005. 120 f.
Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós – Graduação em Saúde Pública, Centre de Ciências da Saúde, Universidade Federal de Santa Catarina.


BRASIL MAIOR CONSUMIDOR DE AGROTÓXICOS DO MUNDO.


O Brasil é o maior consumidor mundial de agrotóxicos: responde pelo uso de 86% dos produtos em toda a América Latina. Só em 2008, o mercado de agrotóxicos movimentou R$ 7 bilhões no país; mais do que o dobro do registrado em 2003.

BRASIL MAIOR CONSUMIDOR DE AGROTÓXICOS DO MUNDO.

O Brasil é o maior consumidor mundial de agrotóxicos: responde pelo uso de 86% dos produtos em toda a América Latina. Só em 2008, o mercado de agrotóxicos movimentou R$ 7 bilhões no país; mais do que o dobro do registrado em 2003.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Banimento de agrotóxicos será debatido amanhã


A proibição de 13 ingredientes ativos utilizados na fabricação de 200 agrotóxicos deixou o agronegócio de cabelo em pé e os empresários do setor com a pulga atrás da orelha. É que estes produtos podem ser banidos do País a partir do próximo mês de junho pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A suspensão desses insumos foi anunciada recentemente pelos ministros da Saúde, José Gomes Temporão, e do Meio Ambiente, Carlos Minc, sob o argumento de “danosos à saúde e à natureza”.

http://plantandoinformacoes.blogspot.com/2009/05/banimento-de-agrotoxicos-sera-debatido.html

AVALIAÇÃO DOS NÍVEIS DE AGROTÓXICOS ENCONTRADOS NA ÁGUA DE ABASTECIMENTO NAS REGIÕES DE CURITIBA E LONDRINA

RESUMO
Para um controle de qualidade da água é necessário o monitoramento de diversos indicadores, entre eles a avaliação dos resíduos de agrotóxicos. No Brasil, vigora a portaria 36/Bsb/90 do Ministério da Saúde, que exige a análise de um conjunto de agrotóxicos que no entanto, inclui apenas um dos 20 ingredientes ativos mais usados no Estado do Paraná. A partir destas constatações, realizou-se um estudo com o objetivo de verificar a adequação dos indicadores definidos pela portaria. A metodologia utilizada foi o levantamento dos níveis de agrotóxicos a partir de 2.612 análises realizadas nos laboratórios da Sanepar de Londrina e 1.539 em Curitiba. O trabalho demonstrou que foram encontrado resíduos em 32 amostras contudo em nenhuma destas amostras foram encontrados resíduos acima do nível permitido pela Portaria 36/Bsb/90. Esses resultados evidenciam a inequação da norma em relação a realidade agrícola do Estado do Paraná, pois a maioria dos agrotóxicos defendidos para o monitoramento já estão proibidos há mais de 10 anos e não pertencem a lista dos agrotóxicos mais usados no Estado.


ANDREOLI, C. V.; HOPPEN, C.; FERREIRA, A. C. Avaliação dos Níveis de Agrotóxicos Encontrados na Água de Abastecimento nas Regiões de Curitiba e Londrina.

Região de Guarapuava no Paraná usa 3.600 toneladas de veneno em 2008.

19/05/2009

Uso de agrotóxicos mantém-se praticamente estável na região



Guilherme Bittar

O total de agrotóxicos comercializado na região de Guarapuava – que inclui os 12 municípios atendidos pela Seab (Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná) - manteve-se estável no ano passado, atingindo 3.600 toneladas, praticamente igual percentual de 2007. Considerando o total dessas propriedades (484 mil hectares), equivaleria a 7,7 quilos de agrotóxicos por hectare. Os números são do DFI (Divisão de Fiscalização de Insumos e Serviços Agrícolas) da Seab.

Comparado a outras regiões do Estado, o índice guarapuavano é baixo. No núcleo de Ponta Grossa foi observada a maior comercialização de agrotóxicos. Se o total vendido foi aplicado no campo, significa que o coeficiente é de 14,8 quilos de agrotóxico por hectare. Depois aparece o núcleo de Cascavel (11,8 quilos por hectare) e Maringá (10,3 quilos por hectare).

Os núcleos de Umuarama e Francisco Beltrão apresentaram os menores índices, 4,3 e 6,4 quilos por hectare, respectivamente.

A DFI em Curitiba informou que não tem os dados fechados do Estado, porque alguns núcleos ainda não enviaram as informações. Os trabalhos seriam dificultados por falta de pessoal, de equipamentos e de sistemas informatizados. O site da Seab informa que o DFI está presente em todo o território do Paraná, com 46 engenheiros agrônomos fiscais distribuídos em 20 núcleos regionais.

Região

Na região de Guarapuava, a categoria de agrotóxico mais utilizada foi o herbicida (1.800 toneladas), correspondendo a 50%, seguido de inseticida (578 toneladas), responsável por 16%, e fungicida (752 toneladas), que respondeu por 21%. O restante ficou por conta dos acaricidas, bactericidas e espalhantes.

Dos herbicidas, o mais comercializado continuou sendo o Roundup Transorb (290 t). Depois aparece o Gliz (206 t) e Glifosato Nortox (146 t). Na liderança da lista dos inseticidas está o Dinafos (69 t), seguido de Lorsban (54 t) e Tamaron (45 t). Com relação aos fungicidas, o Dithane é o mais vendido (79 t). O Opera é o segundo (62 t) e Nativo o terceiro (44 t).

Notícia completa no jornal impresso

ALGUMAS PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE OS AGROTÓXICOS

O QUE SÃO OS AGROTÓXICOS ?

Os agrotóxicos são substâncias químicas tóxicas. Estão definidos na Lei 7.802/89 como segue:

Art. 2º. Para os efeitos desta Lei, consideram-se:I - agrotóxicos e afins:a) os produtos e os agentes de processos físicos, químicos ou biológicos, destinados ao uso nos setores de produção, no armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas, nas pastagens, na proteção de florestas, nativas ou implantadas, e de outros ecossistemas e também de ambientes urbanos, hídricos e industriais, cuja finalidade seja alterar a composição da flora ou da fauna, a fim de preservá-las da ação danosa de seres vivos considerados nocivos;b) substâncias e produtos, empregados como desfolhantes, dessecantes, estimuladores e inibidores de crescimento;II - componentes: os princípios ativos, os produtos técnicos, suas matérias-primas, os ingredientes inertes e aditivos usados na fabricação de agrotóxicos e afins.


ONDE SÃO USADOS OS AGROTÓXICOS?

Os agrotóxicos são usados no ambiente doméstico em jardinagem; em campanhas de saúde pública, no combate a vetores transmissores de doenças (ex: dengue) e na agricultura como inseticidas, herbicidas (mata mato), funcida, etc.

QUEM ESTÁ EXPOSTO AOS AGROTÓXICOS?

Toda a população está exposta direta ou indiretamente aos agrotóxicos. Existem, porém, grupos que estão mais expostos, como os trabalhadores das indústrias que produzem o veneno e aqueles trabalhadores rurais que aplicam o veneno.
Também, estão sob sério risco as crianças e as mulheres em idade fértil.

COMO O AGROTÓXICO AFETA O MEIO AMBIENTE?

Não existe praga na agricultura, o que existe são animais e vegetais indesejáveis a determinada cultura agrícola.
Os agrotóxicos contaminam as águas dos rios, lagos, etc., e também, as águas de poços subterrâneos que depois retornam para a torneira de nossas casas.
Os venenos causam doenças ou exterminam aves, peixes, crustáceos e vários outros animais e plantas.

COMO OS AGROTÓXICOS PODEM AFETAR A SUA SÁUDE?

Os agrotóxicos podem afetar a sua saúde de várias maneiras, tais como:

Intoxicações agudas;
Intoxicações crônicas;
Debilitam o organismo por bloquear a absorção de nutrientes;
Alergias;
Hipertensão;
Dor de cabeça;
Paralisias;
Depressão;
Aumento do stress;
Problemas na tireóide;
Problemas na pele;
Diminuição da quantidade de espermatozóides;
Mal formações genéticas em fetos;
Mutações genéticas;
Vários tipos de câncer.


EXISTEM MUITOS RESÍDUOS DE AGROTÓXICOS NOS ALIMENTOS?

SIM, dados da Secretaria de Saúde do Paraná demonstram que em 2007 foram analisados 76 amostras de alimentos, sendo que 31 (61%) apresentaram algum tipo de resíduo de agrotóxico, ou seja, presença de resíduos tanto acima como abaixo dos Limites Máximos de Resíduos – LMR estabelecidos, bem como resíduos Não Autorizados. Das amostras com resíduos, 19 foram consideradas insatisfatórias pela presença de resíduos acima dos limites máximos estabelecidos e/ou não autorizados, perfazendo 25% do total de amostras analisadas. O tomate atingiu 71,4% de amostras insatisfatórias, seguido da alface com 60%, morango 57,1%, mamão 33,3%, maçã 12,5% e batata com 10%.

Todas as amostras de alface que apresentaram resíduos eram referentes a resíduos não autorizados para essa cultura. A laranja apesar de não apresentar resíduos de agrotóxicos acima dos LMR ou não autorizados, teve a presença de resíduos em todas as amostras analisadas. A banana e a cenoura foram os alimentos que tiveram menor presença de resíduos de agrotóxicos para os princípios ativos pesquisados.

http://www.saude.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=558

COMO ELIMINAR OS AGROTÓXICOS DOS ALIMENTOS?

INFELIZMENTE, você não conseguirá eliminar os agrotóxicos dos alimentos. NÃO ADIANTA lavar com bicarbonato de sódio, não adianta lavar com água corrente, não adianta lavar com água sanitária. Os agrotóxicos penetram na fruta ou verdura e lá ficam ou se transformam em venenos mais tóxicos do que os que foram aplicados.

Atividade agrícola e externalidade ambiental: uma análise a partir do uso de agrotóxicos no cerrado brasileiro

Wagner Lopes SoaresI; Marcelo Firpo PortoII
RESUMO
Esse artigo tem como objetivo discutir as externalidades negativas associadas ao uso intensivo de agrotóxicos nos municípios do cerrado brasileiro, área em franca expansão da atividade agrícola. Tais externalidades estão relacionadas principalmente aos danos ambientais e à saúde humana (de trabalhadores, famílias rurais e consumidores,) cujos custos acabam sendo socializados. O presente estudo analisa como externalidade a contaminação do solo e da água por esses produtos a partir de dados obtidos por meio da Pesquisa de Informações Básicas Municipais (IBGE), que em 2003 aplicou um questionário suplementar com questões ambientais. Mapas foram construídos procurando associar áreas contaminadas e o grau de atividade agrícola dos municípios, captado na Pesquisa Agrícola Municipal (IBGE, 2003). Por meio de uma regressão logística, foi possível encontrar fatores de risco da contaminação no solo e na água por agrotóxicos e fertilizantes, tais como área de lavoura temporária, poluição no ar por queimadas e proliferação de pragas. Conclui-se que o artigo pode contribuir para a formulação de políticas no sentido de auxiliar o desenho dos instrumentos de regulação e o diagnóstico das áreas prioritárias em que essas ações preventivas deveriam ser implementadas.

Ciência& Saúde Coletiva
ISSN 1413-8123 versão impressa
Ciênc. saúde coletiva v.12 n.1 Rio de Janeiro jan./mar. 2007

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Anvisa divulga índice de alimentos contaminados por agrotóxicos

Anvisa divulga índice de alimentos contaminados por agrotóxicos

Publicada em 15/04/2009 às 12h35m
O Globo


RIO - O pimentão foi o alimento que apresentou o maior índice de irregularidades para resíduos de agrotóxicos, de acordo com pesquisa sobre segurança alimentar divulgada nesta quarta-feira pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Mais de 64% das amostras de pimentão analisadas pelo Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos apresentaram problemas. O morango, a uva e a cenoura também apresentaram índices elevados de amostras irregulares, com mais de 30% cada.

Um dado preocupante foi a descoberta de agrotóxicos não permitidos em todas as culturas analisadas. Ingredientes ativos banidos em diversas partes do mundo, como acefato, metamidofós e endossulfam, foram encontrados de forma irregular nas culturas de abacaxi, alface, arroz, batata, cebola, cenoura, laranja, mamão, morango, pimentão, repolho,tomate e uva.

Outro desvio detectado foi o uso de um teor de resíduos de agrotóxicos acima do permitido. No balanço geral, das 1773 amostras dos dezessete alimentos monitorados (alface, batata, morango, tomate, maçã, banana, mamão, cenoura, laranja, abacaxi, arroz, cebola, feijão, manga, pimentão, repolho e uva), 15,29% estavam insatisfatórias.

A cultura do tomate foi a que apresentou maiores avanços na redução do uso de agrotóxicos. Em 2007, 44,72% das amostras de tomate analisadas apresentaram resíduos de agrotóxicos acima do permitido. No último ano, esse número caiu para 18,27%. Manga, batata, banana, cebola e maçã também apresentaram baixos teores de irregularidade.

A batata, que em 2002, primeiro ano de monitoramento do Programa, apresentou um índice de 22,2% de uso indevido de agrotóxicos, teve o nível reduzido para 2%. A banana, que chegou a apresentar índice de 6,53% neste período, fechou 2008 com incidência de 1,03% de irregularidades.

O estudo

Criado em 2001, o programa da Anvisa tem como objetivo manter a segurança alimentar do consumidor e a saúde do trabalhador rural. A escolha dos itens analisados leva em consideração a importância destes alimentos na cesta básica do brasileiro, o consumo, o uso de agrotóxicos e a distribuição das lavouras pelo território nacional. No último ano, o estudo acompanhou oito novas culturas: abacaxi, arroz, cebola, feijão, manga, pimentão, repolho e uva.

Governo do Paraná e os Transgênicos.

O Governo do Estado do Paraná, mantém um site com notícias, artigos, links interessantes, sobre os alimentos transgênicos que pode ser visitado no endereço: http://www.transgenicos.pr.gov.br/

Em Defesa da Comida - Michael Pollan

Em Defesa da Comida de Michael Pollan é uma edição recente que trata de questões relacionadas a alimentos e alimentação. O autor define como sendo um manifesto a favor de uma alimentação de verdade. Segundo o editor "Michael Pollan vai as últimas consequências provando-nos que, em vez de alimentos, somos levados a ingerir "substâncias comestíveis parecidas com comida". Na contra-capa encontramos 12 itens para nossa reflexão:

Em Defesa da Comida - Um Manifesto
  1. Não coma nada que sua avó não reconheça como comida.
  2. Evite comidas contendo ingredientes cujos nomes você não possa pronunciar .
  3. Não coma nada que um dia não possa apodrecer.
  4. Evite produtos alimentícios que aleguem vantagens para sua saúde.
  5. Dispense corredores centrais dos supermercados e prefira comprar nas prateleiras periféricas.
  6. Melhor ainda: compre comida em outros lugares, como feiras livres ou mercadinhos hortifrutis.
  7. Pague mais, coma menos.
  8. Coma uma variedade maior de alimentos.
  9. Prefira produtos oriundos de animais que pastam.
  10. Cozinhe e, se puder, plante alguns itens do seu cardápio.
  11. Prepare suas refeições e coma apenas à mesa.
  12. Coma com ponderação, acompanhado, quando possível, e sempre com prazer.
Em defesa da Comida - um manifesto, foi publicado pela Editora Intrínseca LTDA. Rio de Janeiro, 2008. Tradução de Adalgisa Campos da Silva.

Agricultura: meio ambiente rejeita proibição de ácido em agrotóxico

Agricultura: meio ambiente rejeita proibição de ácido em agrotóxico

15/05 - 14:20 - Agência Safras

SAFRAS (15) - A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável rejeitou na quarta-feira (13) o Projeto de Lei 713/99, do deputado Dr. Rosinha (PT-PR), que proíbe o uso de agrotóxicos que contenham o ácido 2,4-Diclorofenoxiacético (2,4-D).

O relator, deputado Marcos Montes (DEM-MG), rejeitou o argumento de que o ácido causa danos irreversíveis ao meio ambiente e à saúde humana.

O relator afirmou que, caso uma organização internacional responsável pela saúde alerte e desaconselhe o uso de agrotóxicos e seus componentes, o País tem mecanismos para retirá-lo do mercado ou tomar as providências preventivas cabíveis.

"Se uma instituição como a Organização Mundial da Saúde concluir e comunicar oficialmente ao governo brasileiro que uma determinada substância ou princípio ativo de agrotóxico tem uso desaconselhável, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária e os ministérios da Agricultura, do Meio Ambiente e da Saúde deverão tomar medidas imediatas para reavaliar e, se for o caso, suspender os registros e usos correspondentes", disse o relator.

Marcos Montes ressaltou que, embora o herbicida baseado no ácido 2,4-D possa causar efeitos negativos sobre o meio ambiente, ele se degrada rápido.

Portanto, esses efeitos durariam pouco tempo.

A Comissão de Meio Ambiente também rejeitou os PLs 1388/99 e 7564/06, que tramitam em conjunto e têm teor semelhante.

Tramitação A proposta já foi rejeitada pela Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural e aprovada pela Comissão de Seguridade Social e Família. O projeto ainda será analisado pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania e pelo Plenário. As informações partem da Agência Câmara.

domingo, 17 de maio de 2009

Nosso Modelo Agrícola é Insustentável.

O problema das intoxicações e doenças produzidas pelos agrotóxicos e afins no Brasil representa a expressão máxima da insustentabilidade do atual modelo agrícola, pautado no chamado padrão “revolução verde”, intensivo em capital e em insumos químicos.

A partir da implantação deste modelo na década de 60, não só no Brasil como também nos demais países da América Latina, as repercussões foram trágicas do ponto de vista dos impactos à saúde humana e ambiental. Este modelo, além de colocar o país numa posição de dependência científica e tecnológica em relação aos países do chamado Primeiro Mundo, determinou ainda processos de desmatamento e mecanização intensivos, levando à compactação do solo e intensos processos erosivos.

Segundo Washington Novaes, 2001, com os desmatamentos, houve acelerado processo de perda da biodiversidade no país, que detém de 20 a 22% de todas as espécies existentes no planeta. Os dados relativos à destruição dos biomas nacionais são alarmantes: restam pouco mais de 5% da Mata Atlântica; na Amazônia, a área desmatada corresponde a 600 mil quilômetros quadrados; nos Cerrados, os últimos estudos apontam para uma área intocada menor que 5% e a ocupação de forma intensiva de 40% deste bioma; no Semi-árido, os números dão conta da existência de 800 mil quilômetros quadrados em processo de desertificação e cerca de 180 mil quilômetros quadrados já desertificados.

Agravando este cenário, as conseqüências do atual modelo agrícola se fazem sentir ainda na degradação das bacias hidrográficas, cada vez mais assoreadas e poluídas pela emissão de efluentes da bovinocultura, suinocultura e avicultura, mas principalmente pelo carreamento de agrotóxicos e outros elementos químicos. O modelo acarreta ainda, pela necessidade de irrigação intensiva, um forte desperdício de água, que pode chegar a 50%. Outro aspecto é relacionado à eliminação de polinizadores e predadores naturais, contribuindo para o desequilíbrio entre as espécies, o que intensifica o uso dos agrotóxicos. A intesificação do uso, por outro lado, acelera o surgimento de agentes super-resistentes que, num perverso ciclo vicioso, exigem venenos em maior quantidade e mais potentes para o seu combate.

Em última instância, este modelo tem contribuído para o êxodo da população rural nas últimas décadas, promovendo uma dramática e insustentável expansão urbana, fazendo crescer os bolsões de pobreza nas cidades brasileiras, especialmente nas áreas metropolitanas. Segundo dados do Censo Demográfico 2000, na década de 90 prosseguiu a tendência de redução da população rural, inclusive num ritmo mais acentuado que aquele observado na década de 80.

Então, uma vez que os governos brasileiros não conseguiram conduzir uma política de desenvolvimento agrícola voltada a defender um modelo menos deletério para a sociedade brasileira, fazendo valer sua vocação e enorme potencial agropecuário, as conseqüências se fizeram sentir não somente nos ecossistemas e na organização social, mas também atingiram de maneira não menos dramática a saúde pública. Nesta questão, sofre as conseqüências toda a população do país, exposta direta ou indiretamente à ação destes insumos químicos, quer seja nos domicílios, pela utilização de agrotóxicos de uso doméstico e consumo de alimentos com resíduos destas substâncias; quer seja nos ambientes de trabalho, em especial na área rural, ocasionando um quadro preocupante de intoxicações agudas, subagudas e crônicas.